Goiás se destaca como líder na produção de girassol no Brasil, um marco que remonta ao início dos registros da Conab em 1997. Na safra 2020/21, o estado retomou sua posição predominante, respondendo por impressionantes 71,6% da produção nacional para a safra 2024/25, um aumento significativo de 13,8 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
A expectativa para a safra goiana 2024/25 é de um recorde de 71,0 mil toneladas e 47,3 mil hectares cultivados, marcando aumentos de 58,8% e 20,7% respectivamente em comparação com a temporada passada. Além disso, prevê-se um aumento de 31,6% na produtividade das lavouras, que contribui para uma perspectiva otimista.
Esse desempenho notável é resultado da dinâmica de mercado, do uso de tecnologias avançadas no manejo e de um clima favorável, que não apresentou registros de pragas ou doenças fúngicas. As condições climáticas, incluindo chuvas bem distribuídas e alta incidência solar durante a fase reprodutiva, favoreceram o desenvolvimento do girassol em Goiás. Em âmbito nacional, espera-se uma produção total de 99,2 mil toneladas, refletindo um crescimento de 39,5% em relação à safra anterior, o melhor resultado desde 2019/20.
Os principais municípios produtores estão localizados na região sudeste do estado, com destaque para Silvânia, Ipameri e Catalão. Silvânia, em particular, apresentou o maior avanço em área colhida e produção, alcançando 8,0 mil toneladas cultivadas em 5,0 mil hectares em relação à safra de 2022.
No cenário internacional, entre janeiro e abril de 2025, o Brasil exportou 67,1 toneladas de óleo de girassol para 48 países, com os EUA sendo o principal destino das exportações goianas. No entanto, para atender à demanda interna, o Brasil precisou importar 13,8 mil toneladas do produto, principalmente da Argentina.
As condições climáticas favoráveis e a crescente demanda interna criam um cenário ideal para a expansão da produção brasileira. É crucial que o país invista no setor agroindustrial, ainda pouco explorado, para reduzir a dependência de importações e aproveitar o potencial competitivo para aumentar a comercialização do óleo de girassol no mercado externo.
O sucesso do girassol em Goiás deve-se a sua resistência hídrica, menor incidência de pragas e doenças, além de sua versatilidade na indústria. Como alternativa para a segunda safra, o girassol pode ser cultivado após a soja, diversificando a produção e melhorando a rentabilidade no estado.
O manejo da cultura é adaptável a diversas condições, e as melhores práticas incluem controle do pH do solo, controle da compactação e adequada irrigação, com necessidades hídricas entre 500 e 700 mm. A sanidade das lavouras é monitorada pela Agrodefesa, que realiza o cadastramento das áreas cultivadas e recomenda práticas para prevenir doenças como a Ferrugem Asiática.
A produção nacional de girassol destina-se principalmente à fabricação de óleo comestível, conhecido por sua alta qualidade nutricional. Com a mudança nos hábitos alimentares, a demanda interna pelo produto cresce. O girassol também encontra aplicação nas indústrias farmacêutica, cosmética, de nutrição animal e na produção de biodiesel.
Além disso, o cultivo do girassol pode ser associado à apicultura, promovendo a polinização das lavouras e a alimentação das abelhas, especialmente no período de entressafra do mel. Essa integração aumenta a produtividade e garante uma produção sustentável, diversificando as fontes de renda para os produtores.