A produção de melão em Goiás ganha um novo destaque com a primeira exportação para a Argentina, realizada a partir de uma lavoura de 10 hectares localizada em Porangatu. A carga inicial é de 20 toneladas, marcando um importante passo na inserção do melão goiano nos mercados internacionais e fortalecendo a presença das cucurbitáceas do estado no comércio exterior.
Esta conquista foi viabilizada por meio da colaboração entre a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), além de agricultores e especialistas envolvidos na produção. Juntos, garantiram que o melão atendesse a rigorosos padrões fitossanitários exigidos pelos mercados internacionais.
Monitoramento e Controle da Produção
Neste ano, a Agrodefesa tem monitorado 40 lavouras de cucurbitáceas em Goiás, com foco na exportação. Os cultivos incluem 37 áreas de melancia, duas de abóbora e uma de melão, totalizando 492 hectares distribuídos em municípios como Carmo do Rio Verde, Itapuranga, Jaraguá, Porangatu e Uruana. A produção estimada é de 33,5 mil toneladas, sendo 30.410 toneladas de melancia, 2.590 de abóbora e 500 de melão.
José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, afirma que o crescimento da fruticultura goiana no comércio exterior reflete a confiança no trabalho de defesa agropecuária realizado na região. “Com o compromisso da Agrodefesa, conseguimos assegurar que nossos produtos cheguem ao mercado externo com qualidade e segurança”, destaca.
Processo de Exportação e Certificação
A exportação de melão segue um processo rigoroso de monitoramento, especialmente no que diz respeito à mosca-das-frutas (Anastrepha grandis). Técnicos capacitados, supervisionados pela Agrodefesa, inspecionam as lavouras em diferentes estágios do ciclo produtivo, controlando o embarque, emitindo permissões de trânsito de vegetais e lacrando as cargas. Após o transporte, a checagem final é realizada por um auditor fiscal do Mapa, que emite o Certificado Fitossanitário de Exportação, essencial para a entrada do produto na Argentina.
Leonardo Macedo, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, sublinha que o acompanhamento técnico é vital para o fortalecimento da presença goiana no mercado internacional. “A cada safra, consolidamos a confiança na defesa agropecuária do estado, assegurando competitividade aos nossos produtos”, comenta.
Enio Gomes Gontijo Júnior, engenheiro agrônomo responsável pela lavoura de melão em Porangatu, ressalta a importância do trabalho colaborativo. “Esse esforço envolve planejamento e superação de desafios técnicos. Não estamos apenas cultivando frutos saudáveis, mas fortalecendo todo o sistema de produção para atender aos padrões internacionais”, afirma.
Perspectivas para o Futuro
Com a inclusão do melão nas exportações, Goiás amplia sua atuação no cenário internacional de cucurbitáceas, que já conta com produtos como melancia e abóbora. A expectativa é de que o melão de Porangatu siga o mesmo caminho, fortalecendo o mercado externo, sempre sob a supervisão da Agrodefesa, que garante a segurança fitossanitária.
Enio Gomes Gontijo Júnior acredita que o melão representa uma nova oportunidade para diversificar as exportações goianas. “Há inúmeras áreas interessadas em se habilitar e adotar práticas de mitigação de riscos, não apenas para melão, mas também para melancia e abóbora. A crescente demanda na Argentina é um incentivo para que produtores se preparem e se adequem a esse mercado”, conclui.
