Um encontro realizado em 1º de agosto reuniu representantes da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e diversas entidades que fazem parte do Comitê Executivo de Defesa Sanitária Vegetal do Estado de Goiás (CEDSV/GO) com o objetivo de revisar as diretrizes do Programa de Prevenção e Controle do Bicudo-do-Algodoeiro. A iniciativa busca aprimorar o acondicionamento de cargas, reduzindo perdas durante o transporte e evitando o surgimento de plantas que possam facilitar a propagação da praga Anthonomus grandis, uma das mais prejudiciais à produção de algodão.
A proposta de revisão das normas foi fruto de um pedido da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), que solicitou uma atualização nas regras sobre o transporte do algodão no estado. José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, enfatizou a importância de manter um diálogo contínuo com o setor produtivo. “Estamos abertos a ouvir as demandas do setor e buscar soluções que garantam a sanidade das lavouras e a competitividade da agricultura goiana”, destacou.
Leonardo Macedo, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, mencionou que este debate já estava sendo abordado há meses na reunião. Ele ressaltou que, durante a terceira reunião com representantes do setor algodoeiro, uma proposta para revisão da instrução normativa foi redigida coletivamente e agora passará por análise jurídica antes de ser formalizada em nova portaria.
O objetivo principal é prevenir o transporte irregular de carga que possa deixar resíduos de algodão, contribuindo para o crescimento de plantas voluntárias, que funcionam como vetores para o bicudo em áreas produtivas. “Essas plantas acabam dificultando o manejo da praga, especialmente em regiões com alta produção”, completou Macedo.
Na reunião do dia 1º de agosto, estiveram presentes vários representantes da Agrodefesa, incluindo líderes de diferentes coordenações, bem como membros da Seapa, Agopa e outras instituições relevantes. Este encontro envolveu profissionais de áreas como o Programa Estadual do Algodão, Agrotóxicos, Sementes, e outros especialistas do setor.
Impacto do Bicudo-do-Algodoeiro
Reconhecido como uma ameaça significativa à cotonicultura, o bicudo-do-algodoeiro pode causar perdas de até 70% na produção durante uma safra se não for controlado adequadamente. Em resposta a esse desafio, a Agrodefesa implementou a Instrução Normativa nº 04/2019, que estabelece o vazio sanitário do algodão no estado.
Esse vazio sanitário refere-se a um período em que não deve haver plantas de algodão ou outras espécies que possam representar risco fitossanitário na região, incluindo aquelas que reaparecem espontaneamente. O programa abrange também a remoção de restos culturais em áreas relacionadas ao cultivo, beneficiamento e comercialização do algodão.
Estrutura do Comitê
O CEDSV-GO, estabelecido pela Portaria nº 56/2024 da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), conta com 31 membros de 16 instituições, que atuam na coordenação de programas estaduais para prevenção e controle de pragas. Esse comitê tem a missão de mapear problemas e desenvolver soluções através da publicação de normas e regulamentos, sempre visando o fortalecimento do desenvolvimento do estado de Goiás.
Além da Seapa, Agrodefesa e Agopa, fazem parte do Comitê outras instituições como a Emater, SFA/GO, e o Ministério Público do Estado de Goiás, entre outras, que colaboram para garantir a saúde vegetal no estado.