Novas medidas de prevenção à gripe aviária foram estabelecidas no Brasil por meio da Portaria nº 782, publicada em março no Diário Oficial da União. Com validade de 180 dias, o documento determina a suspensão de exposições, torneios, feiras e outros eventos que gerem aglomeração de aves em todo o território nacional. Além disso, a criação de aves para fins comerciais ao ar livre, em piquetes sem proteção superior, também fica proibida.
A portaria estabelece que ração e água devem ser mantidas exclusivamente dentro dos galpões. Em casos excepcionais, a realização de eventos com aglomeração de animais pode ser flexibilizada, desde que haja uma avaliação epidemiológica e a aprovação de um plano de biosseguridade pelo Serviço Veterinário Estadual.
Em Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), responsável pela sanidade animal no estado, considera que as novas medidas são uma continuidade do trabalho já realizado, alinhado às diretrizes da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Segundo Denise Toledo, gerente de Sanidade Animal da agência, as medidas visam mitigar os riscos de entrada e disseminação da Influenza Aviária no país. Até o momento, Goiás não registrou nenhum caso da doença.
Silvânia Andrade, coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola da Agrodefesa, destacou que a agência já exige a apresentação de um plano de biosseguridade para eventos que envolvem aglomeração de aves. Desde 2023, a Agrodefesa também desenvolve um plano de vigilância para Influenza Aviária e Doença de NewCastle, atualmente em seu terceiro ciclo de monitoramento. A coleta de amostras é realizada em aves de produção industrial e de subsistência, com resultados laboratoriais até agora negativos.
Além da vigilância ativa, a Agrodefesa enfatiza a importância das notificações por parte da população e dos profissionais do campo. Caso haja suspeitas de gripe aviária, as equipes realizam necrópsias e coletas de amostras para análises laboratoriais, assegurando ações rápidas para descartar a presença da doença. A capacitação contínua dos técnicos de campo também é um eixo prioritário, com cursos e palestras que abordam as ações necessárias para a prevenção e contenção da doença.
Atualmente, Goiás se destaca como o 5º maior exportador de carne de frango entre os estados brasileiros. Em 2024, o valor bruto da produção goiana (VBP) alcançou R$ 8,7 bilhões, representando 4,9% do total das exportações brasileiras, com 21,6 mil toneladas exportadas somente em dezembro. Os principais compradores da carne de frango do estado incluem Japão, Emirados Árabes Unidos, China e Arábia Saudita.