A pecuária goiana inicia um novo ciclo com a implementação da Comissão Estadual de Rastreabilidade Bovídea, em reunião realizada na última quinta-feira (28/08) em Goiânia, promovida pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).O objetivo central é valorizar a produção pecuária do estado, aumentar a transparência dos protocolos sanitários e facilitar o acesso a novos mercados, tanto nacionais quanto internacionais.
Com a presença de especialistas do setor, a reunião teve o intuito de alinhar as práticas de rastreabilidade com as diretrizes sanitárias necessárias para manter a sanidade do rebanho. O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, enfatizou a importância da colaboração entre os diferentes agentes da cadeia produtiva. Ele declarou: “A rastreabilidade representa um marco para a pecuária em Goiás, e seu sucesso dependerá do envolvimento ativo de todos os envolvidos.”
O encontro incluiu uma apresentação abrangente sobre os conceitos e a importância da rastreabilidade, além de exemplos bem-sucedidos de países como Uruguai e Austrália e de estados brasileiros como Santa Catarina e Pará, que já implantaram sistemas similares. “Este grupo técnico está se fortalecendo, pois as discussões enriquecem nossa visão para a formulação de políticas viáveis em rastreabilidade,” comentou Rafael Vieira, diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa.
A rastreabilidade, conforme pauta do Plano Nacional de Identificação de Bovinos e Búfalos (PNIB), reflete uma exigência do Ministério da Agricultura e Pecuária, buscando padronizar práticas em todo o Brasil. A diversidade no perfil das propriedades em Goiás, que abriga mais de 22 milhões de bovinos, impõe desafios para a adesão ao novo sistema, já que mais de 65% das fazendas possuem até 99 cabeças de gado.
O programa de rastreabilidade começará efetivamente em 2025, com a formação de um Grupo de Trabalho dentro da Agrodefesa, e será aplicado em quatro etapas até 2032. Este cronograma abrange desde melhorias nas rotinas de trânsito de animais até uma cobertura completa do rebanho.
Após a reunião, será gerado um relatório que consolidará as sugestões e contribuições obtidas durante as discussões. Esse documento será fundamental para o próximo passo na elaboração de uma política pública robusta de rastreabilidade em Goiás. Rafael Vieira finalizou, ressaltando que futuras reuniões devem focar em propostas concretas e relevantes para a prática efetiva do programa.