No Dia da Consciência Negra, o Viaduto de Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro, se transforma em uma galeria a céu aberto com a exibição de uma intervenção de arte digital. As obras, criadas por quatro artistas negros de diferentes regiões do Brasil, propõem uma reflexão profunda sobre temas como libertação, cura e reexistência dos povos negros. A mostra foi inaugurada nesta quarta-feira (19) e faz parte da Festa Literária das Periferias (Flup).
Os artistas envolvidos na exposição são Guilherme Bretas, Ilka Cyana, Poliana Feulo e Walter Mauro, cujas obras estão projetadas em telões de LED. Essa iniciativa integra o projeto Códigos Negros, promovido pelo Olabi, uma organização que utiliza tecnologia e inovação como ferramentas sociais.
Silvana Bahia, codiretora executiva do Olabi e curadora do Códigos Negros, detalhou as características das obras em exibição, que incluem criações audiovisuais e produções inéditas utilizando inteligência artificial e outras técnicas tecnológicas. Segundo ela, cada artista traz uma abordagem única e uma forte assinatura em seus trabalhos, que abrangem áreas como acervo e memória.
A inspiração para a exposição vem do livro “Os condenados da Terra” do intelectual Frantz Fanon, cujos 100 anos de nascimento estão sendo celebrados em diversas ações na Flup. Silvana Bahia destaca a importância desse trabalho, que incita reflexões sobre o impacto da colonização na subjetividade dos indivíduos, especialmente a comunidade negra, e suas consequências nas relações sociais e culturais.
A intervenção artística se desenvolverá em duas etapas: a primeira ocorre até 23 de novembro, enquanto a segunda será de 27 a 30 de novembro. A entrada para a visitação será gratuita, convidando todos os interessados a refletirem sobre as questões propostas pelas obras.
