Em 2025, o Brasil se aproxima dos índices de sessões de cinema registrados antes da pandemia, de acordo com dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Entre 1º de janeiro e 31 de agosto, foram contabilizadas 2,91 milhões de sessões, um número muito próximo do total de 2,94 milhões de 2019. As informações foram reveladas durante uma reunião com representantes dos setores de produção, distribuição e exibição, que discutiram os efeitos da Cota de Tela 2025.
O cenário do cinema nacional também se destaca pelo aumento do número de salas em operação, que chegou a 3.534, o maior desde 2015. Nos primeiros oito meses de 2025, 349 filmes foram lançados nas telonas, dos quais 132 são produções brasileiras.
Apesar do crescimento no número de sessões e salas, o público continua a enfrentar uma queda considerável. Até agosto, foram vendidos 81,9 milhões de ingressos, uma redução significativa em comparação com os 115,1 milhões do mesmo período de 2024 e 36,6% abaixo do total de 2019.
Em sua apresentação, a Ancine também abordou o balanço da Cota de Tela 2025, que trouxe novas diretrizes desde o início do ano. Uma das mudanças mais relevantes foi o aumento da exibição de filmes brasileiros em horários de maior audiência, particularmente após as 17h, o que contribuiu para uma maior visibilidade dessas produções.
A Lei de Cotas, sancionada no ano anterior, estendeu a exigência de exibição de filmes nacionais até 2033. A Ancine é responsável por fiscalizar a aplicação da lei e por colaborar na elaboração do decreto de Cota de Tela anual.
Com as informações coletadas do setor de cinema e as sugestões de profissionais envolvidos, a Ancine está desenvolvendo uma proposta de diretrizes para o decreto de 2026, que deverá ser encaminhada ao Ministério da Cultura nos próximos meses.
Para assegurar a transparência, a Ancine disponibiliza em seu site a plataforma OCA — Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual. Este recurso conta com painéis interativos que fornecem dados atualizados semanalmente sobre salas de exibição e o desempenho do mercado.