Brasil registra aumento de 21% nas línguas e etnias indígenas, segundo dados do Censo 2022 do IBGE

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Brasil registra aumento de 21% nas línguas e etnias indígenas, segundo dados do Censo 2022 do IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou, nesta sexta-feira (24), dados significativos do Censo Demográfico de 2022, que revelam um crescimento no número de línguas indígenas e etnias no Brasil. Em uma comparação com os dados de 2010, o registro atual mostra um aumento expressivo na diversidade cultural do país.

Segundo o levantamento, o Brasil agora conta com 295 línguas indígenas faladas, sendo que em 2010 eram 274. As etnias identificadas também cresceram, passando de 305 para 391 no mesmo período. Esses números destacam a vitalidade e o renascimento cultural entre os povos indígenas.

Em termos absolutos, o censo de 2022 registrou 433.980 indígenas comunicando-se em suas línguas nativas, um aumento considerável frente aos 293.853 do censo anterior. As etnias com maior número de falantes incluem os Ticuna, Guarani-Kaiowá e Guajajara, que estão principalmente localizados no Amazonas, São Paulo e Distritos Federais.

A recuperação das línguas nativas

Fernando Souza Damasco, analista da pesquisa, destaca que esse fenômeno pode ser interpretado como um símbolo de autoafirmação cultural e uma recuperação linguística. Ele explicou que muitos grupos indígenas têm se mobilizado para reviver suas línguas originárias, algumas das quais estavam inativas há décadas.

“Nos últimos anos, observamos movimentos significativos de diversas comunidades que buscam ressuscitar suas línguas. Muitas dessas línguas não eram faladas desde os anos 60 ou 70. Hoje, esses grupos estão documentando e revitalizando suas línguas para assegurar sua continuidade,” afirmou Damasco.

O censo também revela que as etnias mais populosas incluem os Ticuna, Kokama e Macuxi, com os Ticuna sendo a maior etnia sem acesso a serviços básicos como água encanada, esgoto e coleta de lixo. Além disso, cerca de 60% das etnias vivem em áreas urbanas, com São Paulo liderando em números absolutos, seguido pelos estados do Amazonas e da Bahia.

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