Na última terça-feira, um caminhão carregado com agrotóxicos tombou na rodovia GO-164, próximo ao Parque da Carioca, na cidade de Goiás, provocando o derramamento de produtos químicos altamente tóxicos nas proximidades do Rio Vermelho. Entre os produtos derramados estão Mitrion, Sphere Max, Envoke e Fipronil, substâncias conhecidas por sua elevada toxicidade para a vida aquática e potencial nocivo à saúde humana.
A proximidade do acidente ao leito do Rio Vermelho, a apenas 10 metros, aumentou a preocupação de moradores e ambientalistas quanto à possível contaminação do rio. Em resposta ao incidente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade de Goiás emitiu um comunicado orientando a população a evitar o uso da água do rio, inclusive para banho, até que análises mais detalhadas sejam concluídas.
Equipes especializadas foram mobilizadas para conter a contaminação, instalando barreiras de contenção e realizando a remoção dos resíduos químicos. No entanto, desafios como o acesso difícil ao local e a remoção indevida de fitas de isolamento por parte de populares têm dificultado os trabalhos.
Mesmo após os esforços emergenciais, as consequências ambientais continuam alarmantes. Em um vídeo publicado recentemente pelo Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo (GWATÁ) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), foi denunciado que os peixes seguem morrendo devido à contaminação das águas. “Os impactos continuam graves e a contaminação está se alastrando. A biodiversidade do rio está em risco, e a situação exige medidas mais eficazes e urgentes para evitar danos irreversíveis”, afirmaram os membros do GWATÁ.
O Rio Vermelho, recentemente reconhecido como Sujeito de Direitos, possui grande importância ecológica e cultural para a cidade de Goiás. Contaminações por agrotóxicos podem causar efeitos devastadores em sua biodiversidade e comprometer a qualidade de vida das comunidades que dele dependem.
O GWATÁ também destacou a necessidade de maior transparência no processo de monitoramento e recuperação do rio, além de medidas de fiscalização mais rigorosas para prevenir acidentes futuros. A comunidade local e ambientalistas seguem pressionando por ações mais efetivas e acompanhamento contínuo da situação.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente reforça o pedido para que a população evite o uso da água do rio até que a segurança seja plenamente restabelecida, enquanto estudos mais aprofundados são realizados para determinar a extensão do impacto.
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