Ceará ocupa 3.226 hectares de caatinga com usinas solares e é 4º no Brasil em área comprometida

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Ceará ocupa 3.226 hectares de caatinga com usinas solares e é 4º no Brasil em área comprometida

No Ceará, 3.226 hectares de Caatinga estão comprometidos com a instalação de usinas de energia solar, de acordo com o estudo da iniciativa MapBiomas. O estado ocupa a quarta posição no Brasil em termos de área da Caatinga afetada por projetos de energia fotovoltaica, superado apenas por Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte. Essa transformação no uso do solo levanta discussões sobre os impactos ambientais, conforme destacado por Daniel Fernandes, diretor executivo da Associação Caatinga.

“A perda de serviços ecossistêmicos é uma consequência significativa. A manutenção da floresta é crucial, pois ela regula o clima, garante a produção de água, promove a fertilidade do solo e sustenta a biodiversidade da Caatinga. Precisamos acelerar a transição energética, mas é essencial também implementar alternativas que prevenham o desmatamento”, ressalta Fernandes.

A região da Caatinga abriga a maior parte das usinas solares do Brasil, com 62% dos empreendimentos concentrados nela. Até agora, essas instalações ocupam 21.800 hectares desse bioma ameaçado. Fernandes enfatiza a importância da preservação ambiental dentro deste processo.

“A inclusão das comunidades que vivem no semiárido nordestino é fundamental para garantir uma transição energética justa e inclusiva, que traga benefícios também em termos de renda e bem-estar”, afirma o diretor.

Além das preocupações sobre serviços ecossistêmicos, a destruição de habitats naturais resulta em graves consequências para a fauna local. Animais que habitavam as áreas devastadas enfrentam a morte ou são forçados a se deslocar para novos ambientes. Para mitigar esses efeitos, Fernandes propõe.

Adoção de políticas públicas que incentivem a instalação de usinas solares em áreas já degradadas. No Ceará, aproximadamente 72,3% das áreas de Caatinga ocupadas por usinas são compostas por formações savânicas, ressaltando a necessidade de uma abordagem cuidadosa durante a transição energética.

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