A raiva continua a ser uma grave preocupação global, com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) relatando que cerca de 59 mil vidas são perdidas anualmente devido a essa zoonose, estabelecendo uma taxa de letalidade quase de 100%. No Brasil, o impacto se estende também à pecuária, onde os prejuízos financeiros, gerados tanto pela morte de animais quanto pelos investimentos em controle, podem ultrapassar milhões de dólares por ano.
Dessa forma, a raiva não se apresenta apenas como um desafio de saúde pública, mas também como um problema econômico e social. A necessidade de políticas eficazes voltadas à prevenção e ao controle dessa doença é evidente, dado o seu potencial para impactar profundamente a economia agrícola brasileira.
No estado de Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) implementa o Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH), cuja meta é reduzir a incidência da raiva entre herbívoros. O programa visa minimizar os efeitos sanitários e econômicos da doença, além de proteger a saúde pública e os rebanhos.
Para atingir seus objetivos, o PECRH adota diversas estratégias: vigilância epidemiológica, vacinação estratégica, controle da população de transmissores e ações de educação sanitária. Graças a essas medidas, Goiás tem conseguido manter a incidência da raiva em níveis controláveis, observando uma diminuição significativa nos focos da doença nos últimos anos.
Um dos principais transmissores do vírus da raiva em herbívoros é o morcego hematófago (*Desmodus rotundus*). Recentemente, houve uma alteração no perfil da doença, com esse morcego se destacando também no ciclo urbano da raiva, anteriormente dominado por cães e gatos. Essa mudança reforça a necessidade de uma atuação ainda mais incisiva por parte das autoridades de defesa agropecuária na luta contra essa zoonose.
A prevenção da raiva demanda não apenas esforços governamentais, mas também a colaboração de todos os stakeholders envolvidos, incluindo produtores rurais, profissionais da área e a população em geral. A comunicação e notificação de casos suspeitos são essenciais para o êxito dessas estratégias de controle.
No dia 28 de setembro, celebra-se o Dia Mundial contra a Raiva, uma data instituída pela Aliança Global para o Controle da Raiva (GARC) e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta ocasião busca promover a conscientização sobre a prevenção da doença e celebrar os avanços alcançados no seu combate.
A raiva permanece como um desafio real tanto para a saúde pública quanto para o setor agropecuário. O sucesso nas iniciativas de controle requer um esforço coordenado entre instituições governamentais e a sociedade civil. Neste 28 de setembro, Dia Mundial contra a Raiva, é crucial reafirmar o compromisso com a conscientização e prevenção dessa grave zoonose.