O Acampamento Terra Livre, que encerrou hoje em Brasília, trouxe à tona as preocupações das crianças indígenas em relação à proteção da floresta e ao futuro do planeta. Durante o evento, foi entregue uma carta às ministras Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, e Marina Silva, do Meio Ambiente, ressaltando a urgência dessas reivindicações.
Yará Santos, de 9 anos, representante do povo Sateré-Mawé, foi a responsável pela leitura da carta e destacou os impactos negativos que a mudança climática já está causando. “Nosso chão tá queimando sob essa fumaça, as árvores que tão sendo cortadas. Se não tem árvore, como é que a gente vai respirar?”, questionou a jovem, expressando a preocupação com o ar poluído que a população enfrenta.
Luna Katariru, de 8 anos, do povo Manchineri, também fez uma apelo às autoridades. Ela enfatizou a necessidade de compromissos reais para a proteção ambiental, afirmando: “A gente quer compromissos reais. Parem de desmatar, porque a vida não depende só de desmatar. A gente somos o futuro do mundo.”
Kleber Karipuna, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, comentou sobre os encontros com ministros e parlamentares ao longo do evento, além da participação na COP30. Ele mencionou a pressão contínua pela demarcação da terra indígena Xukuru-Kariri, em Alagoas, que é a única que falta dos 14 territórios prioritários definidos durante a transição do governo em 2022.
Cerca de oito mil indígenas, representando 200 povos de diferentes regiões do Brasil, marcaram presença no acampamento, que se consolidou como uma plataforma importante para a luta pelos direitos e pela preservação dos territórios indígenas.