No último episódio da temporada “Trilhinhas Amazônicas” do podcast “Crianças Sabidas”, a produção aborda as ações de conservação da floresta promovidas por artistas, educadoras e jovens lideranças. A iniciativa busca conscientizar sobre o aquecimento global e os desafios enfrentados na Amazônia.
O escritor e poeta indígena Thiago Hakiy, do povo Mawé, compartilha suas experiências de escrever histórias que refletem a realidade de crianças como ele, que cresceram na floresta. Ele critica a falta de representação nos materiais escolares, que frequentemente trazem referências distantes, como maçãs e tubarões. Para Hakiy, é essencial que suas narrativas incluam elementos locais, permitindo que os leitores se conectem com a cultura e o ambiente Amazônico.
Marciele Albuquerque, do povo Munduruku e cunhã-poranga do Boi Caprichoso no Festival de Parintins, destaca como a arte pode ser uma poderosa ferramenta de engajamento político. Segundo ela, a arte provoca questionamentos e incentiva a busca por respostas, estimulando a luta coletiva por justiça social e ambiental.
Na área da educação, a professora Maria do Carmo Barcellos, conhecida como Maria dos Índios, foca no treinamento de professores indígenas em Cacoal. Ela utiliza um material didático que integra saberes tradicionais e científicos, abordando as mudanças climáticas a partir de sinais da natureza, como os chamados de cigarras e sapos, que indicam ciclos de chuvas e secas.
Raiara Barros, prima em segundo grau de Chico Mendes, ressalta a responsabilidade da nova geração na luta pela preservação da Amazônia. Ela enfatiza a importância da mobilização, não apenas entre os jovens das comunidades indígenas, mas também entre os que vivem nas cidades, já que todos são impactados pelas questões ambientais.
A série também explora as histórias ocultas na floresta e a importância do monitoramento científico da biodiversidade, preparando o cenário para a COP30 que ocorrerá em novembro em Belém, onde medidas para mitigar a crise climática serão discutidas.