Cúpula COP30 em Belém exige ação urgente: especialistas afirmam que a ciência deve guiar decisões climáticas

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Cúpula COP30 em Belém exige ação urgente: especialistas afirmam que a ciência deve guiar decisões climáticas

No primeiro dia da Cúpula de Líderes da COP30, realizada em Belém, a discussão sobre a emergência climática se amplificou com a presença de cientistas. A chamada dos líderes mundiais seguiu um lema: ouvir a ciência é crucial para alcançar acordos significativos.

A secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial, Celeste Saulo, trouxe à tona preocupações prementes sobre as alterações climáticas globais. Em sua apresentação traduzida, destacou que a temperatura média em janeiro de 2025 deve ultrapassar em 1,42°C os níveis pré-industriais, além de alertar sobre a concentração de gases de efeito estufa no ambiente.

“As concentrações de gases de aquecimento estão em 800 mil partes por milhão, o que nos empurra em direção a um futuro mais quente e repleto de riscos.”

Saulo enfatizou que a ciência deve ser nossa aliada. Ela manifestou a necessidade do Acordo de Paris, reiterando que agir agora é fundamental para evitar piores cenários climáticos. “Limitar o aquecimento global a 1,5°C nos próximos anos é uma tarefa quase impossível a menos que se cumpram as metas do Acordo de Paris”, afirmou, sublinhando que cada fração de grau conta e que há indícios de progresso global.

Outro destaque da cúpula foi a fala de Marinez Scherer, especialista da presidência da COP30 para Oceanos e bióloga da Universidade Federal de Santa Catarina. Em seu discurso, também traduzido, Scherer abordou a urgência da proteção da vida marinha e os investimentos necessários para isso. Ela criticou o baixo percentual de financiamento climático direcionado a esses ecossistemas vitais.

“O nível do mar em ascensão, o aquecimento das águas e a acidificação estão prejudicando economias litorâneas. Se mantivermos o rumo atual, as áreas costeiras podem perder até 20% do PIB até o final do século devido ao aumento do nível do mar. Essa não é uma ameaça futura, mas uma emergência presente, tanto social quanto econômica.”

Marinez Scherer celebrou a COP30 como um encontro crucial entre a Floresta Amazônica e o Oceano Atlântico. Ela enfatizou que soluções viáveis para a conservação dos oceanos são possíveis e necessárias, ressaltando seu papel vital no equilíbrio da vida na Terra e na subsistência de milhões de famílias.

“O futuro da humanidade é decidido em um cenário que cobre 70% do nosso planeta. Este ecossistema é responsável por mais da metade do nosso oxigênio, absorve 90% do calor excedente e regula o nosso clima. Ignorar esses serviços essenciais compromete nosso futuro.”

As apresentações de Saulo e Scherer marcaram a abertura da COP30 em Belém, reafirmando a urgência e a importância científica no combate à crise climática.

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