Durante a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30, que ocorrerá em Belém, Pará, entre 10 e 21 de novembro, um dos principais desafios será a busca por um modelo de desenvolvimento econômico sustentável. Este modelo precisa atender às demandas atuais da sociedade sem sacrificar as necessidades das futuras gerações.
O conceito de desenvolvimento sustentável abrange a harmonização entre economia, educação e meio ambiente. Para o professor Agenor Ribeiro, doutor em Desenvolvimento Socioambiental na Universidade Federal do Pará, é fundamental reformular padrões de consumo e alinhar políticas públicas com as ações do setor privado. Ribeiro reforça a importância do investimento governamental em práticas como cooperativas de reciclagem e a adoção de energia solar, abordagens já adotadas em diversas partes do Brasil.
Em seu discurso, o professor destaca que as empresas também devem adotar práticas sustentáveis, como a meta de utilização de 100% de materiais recicláveis, um exemplo que pode ser visto em grandes marcas como Apple e Unilever. Ele afirma que a transformação do setor privado é essencial para alcançar mudanças significativas.
O modelo econômico vigente se baseia na ideia de crescimento infinito, caracterizado por um ciclo linear de extração, produção, uso e descartes. Porém, a realidade mostra que os recursos naturais são limitados, tornando esse modelo insustentável a longo prazo. Ribeiro menciona que, após a exploração dos recursos, frequentemente os locais deixados para trás, como em determinadas regiões da Amazônia, permanecem desassistidos e em situação de abandono.
Um dos maiores obstáculos à sustentabilidade é a superação das desigualdades sociais, territoriais, educacionais, tecnológicas e de gênero. Garantir que os benefícios econômicos sejam acessíveis a todos é um desafio crítico. Agenor Ribeiro enfatiza a importância de fortalecer os laços comunitários e melhorar a qualidade de vida, promovendo um ambiente que proporciona novas oportunidades econômicas. Ele observa que a transição para uma economia sustentável pode impulsionar a criação de novos empregos, especialmente em setores como energia renovável e tecnologias limpas.
Sob esses aspectos, a COP30 buscará abordar as questões fundamentais relacionadas ao desenvolvimento sustentável, nas quais os eixos social, ambiental e econômico devem ser integrados para construir soluções efetivas e inclusivas.
