Durante as obras de restauração da histórica Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, Goiás, uma descoberta arqueológica impressionante veio à tona. Um cemitério de mais de 200 anos foi identificado, contendo restos mortais que, segundo os primeiros levantamentos, podem ser de africanos escravizados e negros libertos.
As escavações realizadas em novembro de 2024 exumaram 35 ossadas e revelaram 56 campas funerárias no interior da igreja. Ao todo, foram identificados cerca de 150 sepultamentos ao redor do templo. A análise detalhada das ossadas em laboratório busca compreender mais sobre a vida dessas pessoas, incluindo informações sobre sexo, idade e condições de saúde.
A restauração, coordenada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), contou com um investimento de R$ 3,5 milhões e teve início em abril deste ano. A obra visa preservar um dos mais importantes marcos do patrimônio histórico e religioso do estado, fortalecendo a memória e a valorização da cultura afro-brasileira.
Após a conclusão do restauro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan Goiás),em parceria com a Secult, desenvolverá um projeto de educação patrimonial. Essa iniciativa permitirá que visitantes conheçam não apenas a história da igreja, mas também o contexto dos sepultamentos encontrados, contribuindo para a reflexão sobre o passado e a importância do reconhecimento histórico.
Essa descoberta arqueológica reforça o papel da preservação do patrimônio cultural como uma janela para compreender as camadas da história e a contribuição das comunidades afrodescendentes para o estado de Goiás. Veja o Vídeo completo no instagram