Entre os períodos Jurássico e Cretáceo, a região que hoje conhecemos como Patagônia era uma vasta floresta úmida, repleta de Araucárias e samambaias gigantes, cercada por um lago que se conectava ao mar. Essa paisagem foi transformada pela movimentação da crosta terrestre, que deu origem à Cordilheira dos Andes, mudando o cenário e tornando a região um verdadeiro paraíso da paleontologia no hemisfério sul.
Recentemente, um estudo publicado em 09 de abril de 2025, na revista Science Direct, apresentou a descoberta de uma nova espécie de dinossauro, denominada Cienciargentina sanchezi. A localização deste fóssil desafia as compreensões anteriores sobre a evolução dos dinossauros, devido às características únicas de sua arcada dentária. Estima-se que esta espécie tenha vivido há cerca de 94 milhões de anos e pode ser considerada o primeiro membro conhecido da família Rebbachisauridae, um grupo de saurópodes que prosperou no supercontinente Gondwana.
Leonardo Salgado, da Universidad Nacional de Río Negro-Conicet e coautor da pesquisa, destaca que os rebbachisaurídeos foram inicialmente reconhecidos a partir de materiais encontrados em áreas próximas a Villa El Chocón, na província de Neuquén. Ele afirma que a descoberta do Cienciargentina sanchezi representa um marco significativo, investigando como este grupo de dinossauros saurópodes com caudas longas se destacou antes de ser substituído pelos titanossauros.
A pesquisa indica que a Formação Huincul marca uma transição importante na era dos dinossauros, com uma mudança na fauna que reflete não apenas a evolução local, mas também mudanças globais. María Edith Simón, coautora do estudo, enfatiza que este local serve como um registro único de uma mudança drástica na fauna durante um período crítico.
Os fósseis de rebbachissaurídeos costumam ser fragmentários, mas os restos do Cienciargentina sanchezi revelaram informações sobre sua morfologia e hábitos alimentares. A complexidade da dentição sugere adaptações específicas ligadas à alimentação, possivelmente influenciadas pela disponibilidade de vegetação da época.
Na cidade de Neuquén, capital da província homônima, é possível seguir a Rota Neuquina dos Dinossauros, que oferece uma rica variedade de jazidas, museus e exposições, tornando esta região o mais importante circuito paleontológico da América do Sul. Destacam-se, por exemplo, os restos do Gigantosaurus carolini, o maior carnívoro conhecido, expostos no Museu Municipal Ernesto Bachmann, e os restos do Argentinosaurus huinculensis no Museu Municipal Carmen Funes.
Outro ponto significativo é o Dique Los Barreales, que abriga o Parque Geo-Paleontológico Proyecto Dino, onde mais de 100 peças fósseis do Cretáceo foram descobertas. O local oferece visitas guiadas ao laboratório, à sala de exposição e ao sítio de escavação.
Na região nordeste da província, a Área Natural Protegida Auca Mahuida possui importantes características, como cones vulcânicos e uma reserva natural repleta de cavernas com pinturas rupestres e vestígios de dinossauros. Os visitantes podem participar de atividades como trekking e observação da flora local, além de conhecer o Museu Municipal de Paleontologia Argentino Urquiza.
Em Zapala, no coração da Patagônia, o Museu Provincial de Ciências Naturais Professor Dr. Juan A. Olsacher oferece uma vasta coleção de restos de paleoinvertebrados e paleovertebrados, permitindo uma imersão nas eras Mesozoica e Cenozoica.
Outros lugares de interesse incluem o Museu Geológico e Paleontológico da U.N.C. (Neuquén), a Sala DioRamas (Cutral Có), o Museu de Ciências Naturais (Senillosa) e o Museu Paleontológico (Las Lajas), onde a riqueza paleontológica da região pode ser explorada.
Todas essas localidades não apenas preservam a história natural, mas também oferecem uma infraestrutura adequada para visitantes, com opções de hospedagem e gastronomia, especialmente em Neuquén, Villa El Chocón, Zapala e Rincón de los Sauces.
Fonte: Reisen Clube
Conheça a Reisen Clube TV – Sua Janela para o mundo!