De acordo com o Relatório Anual do projeto MapBiomas, divulgado nesta quinta-feira (15), o desmatamento no Brasil teve uma queda significativa de 30% em 2024. Aproximadamente 1,2 milhão de hectares de vegetação nativa foram desmatados no ano passado, em comparação com 1,8 milhão em 2023.
Entre os fatores que podem ter contribuído para essa redução, o engenheiro florestal Tasso Azevedo destaca a criação de planos de prevenção e combate ao desmatamento, o aumento da atuação dos estados em ações jurídicas, e a utilização de informações sobre desmatamento na concessão de crédito rural. “Embora não possamos afirmar que a redução se deve exclusivamente a esses fatores, é evidente que há mais ações em todos os biomas”, declarou Azevedo.
O relatório também aponta que a expansão agropecuária foi responsável por 97% do desmatamento nos últimos seis anos. Tanto a Amazônia quanto o Cerrado, os dois maiores biomas do Brasil, somaram quase 90% da área desmatada. Curiosamente, pelo segundo ano consecutivo, o Cerrado superou a Amazônia em extensão desmatada, com uma perda de mais de 652 mil hectares.
A região do Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, concentra quase 80% do desmatamento no Cerrado e representa 42% de toda a vegetação nativa perdida no Brasil no último ano. O Maranhão, em particular, destacou-se como o estado que mais desmatou em 2024, embora tenha registrado uma redução de cerca de 35% em comparação com o ano anterior.
Todos os biomas do país mostraram uma redução no desmatamento, com exceção da Mata Atlântica, que se manteve estável após uma queda de 60% entre 2022 e 2023. O Pantanal, por sua vez, observou a maior diminuição, com uma redução de 58%.
O documento ainda destaca que eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul causaram a perda de mais de 2,8 mil hectares de vegetação nativa no estado. Em termos de tipos de vegetação, as formações savânicas foram as mais afetadas, representando 52% do total desmatado, seguidas das formações florestais, com 43%.