O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) realizou uma intervenção na Ciretran de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, após suspeitas de irregularidades graves cometidas por três dos quatro servidores da unidade. As investigações apontam que essas servidoras estariam envolvidas na transferencia de veículos de pessoas falecidas a terceiros, sem o devido processo de inventário.
Uma auditoria interna identificou mais de 1.100 processos com indícios de irregularidades. Dentre os problemas constatados, destacam-se a falta de documentos essenciais, como procurações e contratos sociais, além de CRVs danificados e transferências irregulares de veículos. Casos de falsificação de documentos e favorecimento pessoal, financeiro e a realização de processos em nome de pessoas já falecidas também foram detectados.
Uma servidora, que pediu exoneração ao iniciar a operação, acumulou a responsabilidade por 723 processos irregulares, enquanto outra servidora, já falecida, estava vinculada a 302 processos, totalizando 87,69% das irregularidades da Ciretran de Formosa. Além disso, 175 processos foram localizados como inexistentes na documentação, levantando suspeitas de extravio intencional.
O presidente do Detran-GO, Waldir Soares, afirmou que já foram tomadas providências administrativas, ressaltando a política de tolerância zero a atos de corrupção dentro da autarquia. Desde o início da atual gestão, mais de 100 servidores comissionados e efetivos foram afastados por envolvimento em desvios de conduta. Soares destacou que ações como a desativação da Ciretran de Aparecida de Goiânia, em 2023, evidenciam o comprometimento do órgão em moralizar o serviço público e proteger a segurança dos cidadãos goianos, reafirmando o compromisso de eliminar práticas ilegais dentro da instituição.