Super Prime na Área Flamboyant, ao lado do Centro Cultural Oscar Niemeyer, reuniu cerca de 10 mil pessoas em uma celebração que aqueceu os motores para o maior rali das Américas.
Goiânia, 26 de julho de 2025 – O ronco dos motores ecoou pela capital goiana neste sábado, mas não era o som do trânsito cotidiano. Era o chamado da aventura, o prenúncio de uma jornada de mais de 3.400 quilômetros pelo coração do Brasil. Pela 17ª vez, Goiânia se tornou o palco da largada do Rally dos Sertões, consolidando-se como a capital do rali no país. O Super Prime, realizado na Área Flamboyant, ao lado do icônico Centro Cultural Oscar Niemeyer, transformou a noite em um caldeirão de emoções, poeira e, acima de tudo, humanidade.
Desde a abertura dos portões, um público estimado em 10 mil pessoas tomou as arquibancadas. A entrada, trocada por alimentos não perecíveis, reforçou o pilar social que acompanha o rali, unindo esporte e solidariedade em uma iniciativa que beneficiará famílias em situação de vulnerabilidade através da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Famílias inteiras, grupos de amigos e apaixonados por automobilismo se reuniram para ver de perto as máquinas e os heróis que, a partir deste domingo, desbravarão os sertões de cinco estados brasileiros.
O Super Prime é o “aperitivo” do rali, como define a organização. Nele, os oito pilotos mais rápidos de cada categoria (motos, UTVs e carros), classificados no Prólogo realizado pela manhã em Senador Canedo (GO), se enfrentam em um circuito fechado de 1,8 km. A disputa é um mata-mata eletrizante, com dois competidores lado a lado em pistas espelhadas, que define a ordem de largada para a primeira etapa.
Rose Oliveira
Mais do que uma simples definição de grid, o evento é um espetáculo. A poeira que subia a cada curva radical se misturava aos aplausos de um público entusiasmado. Nos boxes e na Vila Sertões, montada no estacionamento do Estádio Serra Dourada, a tensão e a concentração dos pilotos contrastavam com a atmosfera festiva. Para pilotos goianos como Lélio Vieira Carneiro Júnior, largar em casa teve um sabor especial. “É uma honra e também um conforto largar em casa, perto da família, dos amigos e da equipe que acompanha minha trajetória”, afirmou o piloto.
Entre as disputas acirradas, a noite consagrou Bruno Crivilin nas motos, que em sua estreia no Sertões venceu o Prólogo e o Super Prime. Nos UTVs, os atuais bicampeões Deni do Nascimento e Gunnar Dums confirmaram o favoritismo. Já nos carros, a festa foi em família: os irmãos Marcos e Cristian Baumgart, ambos já campeões do Sertões, fizeram a final, com vitória de Marcos.
A noite em Goiânia foi um reflexo do que é o Sertões: uma caravana que move não apenas veículos, mas também sonhos e a economia local, com impacto direto em hotéis, restaurantes e no comércio. É a celebração do Brasil profundo, que começa sob as luzes da metrópole para depois mergulhar na imensidão do país. Ao final das disputas, com os vencedores garantindo o direito de escolher sua posição de largada, o que ficou no ar foi a certeza de que a 33ª edição será histórica. A poeira do Super Prime baixou, mas a aventura está apenas começando.