A pesquisa realizada pela Embrapa Cerrados foca na recuperação de áreas degradadas pela mineração em Paracatu, Minas Gerais. O projeto busca replantar o solo de barragens de rejeitos de ouro com espécies nativas do Cerrado, visando restaurar e estabilizar esses ambientes.
Os especialistas da Embrapa detectaram que os solos das estruturas inclinadas que abrigam os rejeitos são marcados por altos níveis de acidez, compactação excessiva, baixa fertilidade e escassez de matéria orgânica. Esses fatores dificultam o crescimento de plantas na região.
A pesquisa está centrada em desenvolver um protocolo que utiliza espécies nativas do Cerrado, já adaptadas às condições ambientais específicas do bioma, conforme destaca a pesquisadora Leide Andrade. “Estamos focando em plantas que possam resistir a adversidades como a escassez de água e a baixa fertilidade dos solos. Já realizamos a seleção de algumas espécies que demonstram potencial para se desenvolver bem neste contexto”, afirma Andrade.
“As leguminosas escolhidas para esta replantação são fundamentais, pois conseguem revitalizar o solo, que atualmente é tão degradado que mal pode ser considerado solo. Essas plantas são adaptadas ao clima e ao ambiente do Cerrado, reconhecidamente desafiadores”, explica a pesquisadora.
Um aspecto crítico do projeto é garantir que as plantas não criem raízes profundas nem cresçam em altura excessiva, para que as estruturas das barragens mantenham sua integridade e possam ser acessíveis para inspeção e monitoramento da qualidade do solo. Isso é essencial para evitar fissuras e garantir a segurança da área.
Ademais, a legislação vigente obriga as mineradoras a manter vegetação cobrindo os taludes, uma medida que visa prevenir a erosão e assegurar a estabilidade do meio ambiente local.
