Entidades da sociedade civil alertam sobre falta de consenso nas negociações da COP30 em Belém para combate às mudanças climáticas

3 Leitura mínima
Entidades da sociedade civil alertam sobre falta de consenso nas negociações da COP30 em Belém para combate às mudanças climáticas

Entidades da sociedade civil expressaram suas preocupações em relação às negociações da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, marcada para novembro em Belém, Pará. Em uma coletiva de imprensa realizada no dia 15 de março, após as atividades da Pré-COP, organizações ressaltaram sua principal inquietação: a necessidade de financiamento em ações de enfrentamento às mudanças climáticas.

Um relatório recentemente divulgado pelo Observatório Meteorológico Mundial indicou que a concentração de gás carbônico na atmosfera atingiu seu maior nível desde 1957, resultado do aumento na queima de combustíveis fósseis e incêndios florestais.

Segundo Tatiana Oliveira, representante da ONG WWF, os documentos preliminares para a COP carecem de um consenso que reflita a urgência da crise climática enfrentada globalmente. Ela destacou: “As propostas não apenas falham em delinear um caminho específico para alcançar US$ 1,3 trilhão anuais até 2035, mas também desconsideram a importância do financiamento público nas agendas de adaptação e perdas e danos. Sem investimento público, não há como avançar nessas frentes, pois o setor privado carece de modelos de negócio viáveis para essas ações”.

As organizações também enfatizam a importância do apoio financeiro das nações mais ricas, historicamente responsáveis pela maior parte da poluição. Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, comentou sobre a necessidade da sociedade civil em apoiar a proposta dos países em desenvolvimento para triplicar os recursos disponíveis até 2030. “Com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e a conclusão das obrigações de financiamento climático por parte de 13 países europeus este ano, o próximo ano poderá apresentar um déficit significativo de recursos para a adaptação”, pontuou.

Desafios das NDCs

Outra preocupação levantada pelas entidades foi em relação às NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), que representam as metas de controle de poluentes que cada nação deve apresentar. Anna Maria Cárcamo, da organização Greenpeace, ressaltou que até o momento, apenas 60 países cumpriram com essas metas, e muitas estão desalinhadas com o que foi estabelecido no Acordo de Paris.

“Para nós, como sociedade civil, é crucial que a COP30 responda efetivamente à lacuna de ambição presente nas NDCs e que promova um aumento nas metas, abrangendo não somente ações de mitigação, mas também de adaptação e financiamento, mantendo o aumento da temperatura global em até 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, conforme as recomendações científicas”, afirmou Cárcamo.

A busca por novos consensos durante a COP30 visa garantir que as nações alcancem as metas do Acordo de Paris de 2015, que se concentram no controle do aquecimento global e na promoção de um desenvolvimento sustentável e justo.

Compartilhe este artigo
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *