Cicero Alves dos Santos, conhecido como Véio, é um renomado escultor e idealizador do Museu do Sertão, localizado em Feira Nova, município a 98 km de Aracaju (SE). Neste espaço ao ar livre, o artista abriga um acervo de aproximadamente 17 mil obras que representam as culturas popular e sertaneja.
Completando 78 anos nesta segunda-feira (12), Véio utiliza madeira morta como principal material para suas esculturas, dando vida a figuras que traduzem as crenças e o imaginário do sertão sergipano. Seu apelido, adquirido na infância, refere-se à sua paixão por ouvir histórias e lendas contadas por idosos da região onde nasceu. Desde pequeno, ele começou a esculpir com cera de abelha, moldando bonecas.
Os troncos que utiliza, como mulungu, jurema e goiabeira, chegam até ele já abatidos, pois ele nunca derruba árvores. Assim, cada peça se torna uma nova inspiração, materializando a fauna e a flora sertanejas em esculturas que vão de pequenos objetos a grandes obras.
Os temas de suas criações incluem Curupiras, cobras coloridas, crianças e animais fantásticos, refletindo a rica cultura brasileira. Reconhecido por sua contribuição à arte, Véio é Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Sergipe e já teve suas obras expostas em museus de todo o Brasil e em eventos internacionais.
Através de sua arte, Véio não só preserva, mas também celebra as tradições e os saberes do sertão, continuando a dar vida a seus personagens inspirados pela natureza ao seu redor.