A exposição Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Belo Horizonte e convida os visitantes a uma imersão em uma década repleta de transformações sociais e culturais. Com entrada gratuita e funcionamento de quarta a segunda-feira, a mostra permanecerá até 10 de novembro.
Com o nome extraído da canção de Antonio Cícero e Marina Lima, a exposição reúne cerca de 300 obras de mais de 200 artistas brasileiros, provenientes de diferentes regiões. Os trabalhos apresentados refletem a forte influência da cultura pop da época, envolvendo elementos da televisão, quadrinhos e música que definiram os anos 80.
Dividida em cinco núcleos nomeados em homenagem a canções icônicas, a curadoria de Raphael Fonseca busca explorar diferentes aspectos da época. O primeiro núcleo, intitulado “Que país é esse?”, aborda a urbanização e questões políticas. Em seguida, “Sair com beat acelerado”, inspirado pela banda Metrô, explora temas de prazer e luxúria da juventude brasileira. O terceiro, “Diversões eletrônicas”, evoca uma perspectiva futurista, enquanto “Pássaros na garganta”, de Tetê Espínola, reflete sobre a ecologia. Por fim, “O tempo não para”, uma das criações de Cazuza, discute a transitoriedade da vida e o fim daquela geração.
Entre os renomados artistas expostos, destacam-se Beatriz Milhazes, Leonilson e Leda Catunda. A obra O Dilúvio, de 1985, da carioca Adriana Varejão, é um marco em sua carreira. Em suas palavras, a artista menciona: “Ali já existe uma linguagem, que é essa ideia de esculpir um pouco com tinta na tela. Eu fazia experimentações, buscando que aquilo me trouxesse algo”.
Com um retrato vívido de uma década marcada pela redemocratização do Brasil e uma trilha sonora emblemática, a “Fullgás” proporciona uma experiência enriquecedora que revisita a identidade cultural do país. A exposição é uma oportunidade imperdível para o público que deseja entender melhor o papel da arte em momentos de mudanças sociais significativas.