A cantora e compositora Cristina Buarque faleceu, neste domingo, aos 74 anos, em decorrência de complicações relacionadas a um câncer. A triste notícia foi confirmada por seu filho, Zeca Ferreira, que descreveu a mãe como uma artista avessa aos holofotes, destacando a dedicação dela ao ofício da música e ao amor pela arte.
O pesquisador e amigo Ricardo Cravo Albin ressaltou que a discrição foi uma marca indelével de sua carreira, afirmando que, se Cristina tivesse sido um pouco menos reservada, poderia ter alcançado maior reconhecimento. Natural de São Paulo, Cristina Buarque dedicou sua vida a resgatar e interpretar canções de compositores clássicos do samba, como Manacéia, Dona Ivone Lara e Nelson Cavaquinho.
A cantora Teresa Cristina, por sua vez, destacou a importância de Cristina para uma geração de sambistas. Ela afirmou que Cristina foi fundamental na revitalização do samba da Lapa, contribuindo para o enriquecimento do repertório musical da época por meio de fitas e CDs que compartilhava com outros artistas. Teresa a lembrou como uma pessoa que preferia viver à sombra do palco, priorizando o amor pelo samba e pelo convívio simples, longe das grandes atenções.
Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e da pianista Maria Amélia Cesário Alvim, Cristina era irmã de renomados músicos, incluindo Chico Buarque, Ana de Holanda e Miúcha. O falecimento da cantora foi lamentado pela escola de samba Portela, que ressaltou sua presença ao lado da Velha Guarda.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre a perda, reconhecendo o papel extraordinário de Cristina na música brasileira e sua contribuição ao samba carioca ao interpretar obras de compositores icônicos. Ela deixa um legado eterno e cinco filhos.
O velório de Cristina Buarque está programado para esta segunda-feira (21), no Memorial do Carmo, localizado no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro.