No coração de Cuiabá, teve início nesta segunda-feira (14) o 22º Festival de Cinema e Vídeo, conhecido como Cinemato. O evento, que ocorrerá até o dia 20 de julho, apresenta uma seleção de 62 obras cinematográficas, incluindo longas e curtas-metragens, de 18 estados brasileiros, no Teatro da Universidade Federal do Mato Grosso.
Com o tema “Descolonizando a Amazônia”, o festival almeja fomentar uma reflexão acerca da libertação política, cultural e social dos povos amazônicos, além de valorizar seus saberes e a sua autonomia. Na mostra competitiva, um total de 21 filmes disputam o cobiçado Troféu Coxiponé, que é uma homenagem à etnia Bororo, símbolo da resistência cultural na região.
Realizado anualmente desde 1993, o Cinemato também presta tributo a Silvino Santos, reconhecido como o “cineasta da selva”. Santos, nascido em Portugal em 1886, foi um dos pioneiros do cinema brasileiro, destacando-se por seu papel na documentação audiovisual da Floresta Amazônica ao longo do século XX. Um de seus trabalhos mais notáveis, o documentário “Amazonas, o Maior Rio do Mundo”, filmado entre 1918 e 1920, será exibido durante a abertura do evento. Este filme, que consideramos o primeiro longa-metragem genuinamente amazônico, foi encomendado pelo governo do Amazonas para representar o estado na Exposição Internacional de Sevilha.
O documentário, que capturou a grandiosidade do rio Amazonas por meio de técnicas inovadoras da época, ficou perdido por quase um século, sendo redescoberto na República Tcheca em 2023. Essa exibição representa não apenas um marco na história do cinema, mas também na valorização cultural da região.
Além disso, o evento deste ano inclui o Prêmio Especial Dira Paes, criado na última edição para homenagear uma mulher cuja atuação no setor audiovisual e na defesa do meio ambiente e do empoderamento feminino se destaque.
Os interessados podem conferir a programação completa, que abrange mostras paralelas, seminários e oficinas, além de adquirir ingressos, diretamente no site do festival.