A 23ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) teve início nesta quarta-feira (30) na histórica cidade, que se encontra na divisa entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Este ano, o evento homenageia o poeta e músico Paulo Leminski, uma figura icônica que influenciou a palavra e a música até sua morte em 1989.
A programação da Flip se estende até 3 de agosto e reunirá os principais nomes da literatura contemporânea brasileira. As atividades ocorrem em palcos montados e nas ruas de charmosos casarios coloniais que caracterizam a cultura local.
Na cerimônia de abertura, o poeta e músico Arnaldo Antunes prestou uma homenagem a Leminski por meio de suas canções, poemas e textos em prosa, destacando a rica herança cultural que o homenageado deixou.
Entre os convidados da edição deste ano, estão nomes como Alice Ruiz, Claudia Roquette-Pinto, Lilian Sais, Marília Garcia e Sergio Vaz, que trarão suas perspectivas únicas à festa.
Serão realizadas 21 mesas literárias que contarão com a presença de autores nacionais e internacionais. A curadora Ana Lima explica que a programação também incluirá colaborações com casas parceiras, ampliando o alcance da celebração da poesia e da literatura.
“O Leminski nos serviu como guia para criar uma programação que não só exalta a poesia, mas também integra muitos elementos artísticos. Ele era um criador multifacetado, pensava em poemas visuais e também em música, e isso está refletido na proposta deste ano e nas parcerias estabelecidas.”
Espaços como a Casa Poéticas Negras e a Casa Sueli Carneiro também receberão atividades que abordam o protagonismo feminino negro. A jornalista Christiane Gomes, da Fundação Rosa Luxemburgo, irá lançar uma nova biografia da historiadora Beatriz Nascimento neste contexto.
“Na Casa Poéticas Negras haverá uma programação em parceria com a Oralituras Editora, onde vamos lançar ‘Eu sou atlântica: lugares e rotas de Beatriz Nascimento’. Também realizaremos atividades em conjunto com a Casa Sueli Carneiro, lembrando a Marcha Nacional de Mulheres Negras, que este ano celebra seu décimo aniversário.”
A Flipinha, dedicada ao público infantil, apresenta uma série de eventos com autores e ilustradores que exploram novas linguagens e formatos, contando com participações como Denilson Baniwa e o grupo Barbatuques.
Entre os temas que serão abordados nas discussões deste ano estão o racismo, a violência, a desigualdade, a crise climática e os impactos nos meio ambiente. A Flip se consolida como um importante espaço de reflexão e aprendizado sobre questões sociais pertinentes à atualidade.