A onça-pintada e o peixe-boi-da-amazônia estão entre as 23 espécies brasileiras que tiveram seus genomas completamente mapeados com alta qualidade. O anúncio foi feito nesta terça-feira (27) e resulta de dois anos de trabalho do GBB, o Consórcio Genômica da Biodiversidade Brasileira.
O genoma pode ser comparado à imagem na caixa de um quebra-cabeça, onde os genes representam as peças. Com uma imagem de referência, o sequenciamento se torna muito mais fácil e eficiente. Até o momento, o Consórcio sequenciou 743 genomas de 413 espécies, utilizando ferramentas modernas para desvendar a genética de espécies ameaçadas, exóticas e com potencial bioeconômico.
A coordenadora do GBB, Amely Martins, destaca a importância de compreender o genoma para entender como as espécies enfrentam desafios, como a perda de habitat e as mudanças climáticas. Segundo ela, uma maior diversidade genética proporciona um melhor arcabouço para lidar com a seleção natural e aumenta as chances de adaptação às variáveis do ambiente.
Marcelo Marcelino, diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, acrescenta que essa iniciativa irá reforçar as ações de proteção das espécies brasileiras. Ele explica que, para avaliar o risco de extinção, são considerados critérios como perda de habitat e isolamento de populações, permitindo uma avaliação mais precisa do estado das espécies.
Atualmente, o Consórcio Genômica da Biodiversidade Brasileira conta com 114 projetos em andamento, com a meta de produzir genomas de referência para 80 espécies.