Com 258 participantes, a 5ª Conferência Municipal de Meio Ambiente de Goiânia, ocorrida nos dias 23 e 24 deste mês, reforçou a representação ambiental, elegendo 25 delegados que representarão o município na Conferência Estadual de Meio Ambiente. Estes levarão para o evento as dez propostas selecionadas de maneira democrática, através da plenária, com duas para cada eixo temático, relacionadas ao foco do evento, “Emergência climática – o desafio da transformação ecológica”.
No eixo de mitigação dos impactos da emergência climática, foram escolhidas as propostas que visam garantir a recuperação das áreas úmidas e planícies de inundação, áreas de vegetação nativa e zonas de proteção, bem como a implementação de um sistema integrado de mobilidade, aumentando a permeabilidade das calçadas, a infraestrutura cicloviária e os corredores de ônibus. “Estamos perdendo vidas em desastres ambientais e é essencial recuperar essas áreas após muitos anos sem os devidos investimentos”, ressalta o biólogo antropólogo Pedro Baima, da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), um dos organizadores da conferência.

Com doutorado em Antropologia Social, ele esclarece que as áreas inundáveis oferecem serviços ecossistêmicos para a captura de gases de efeito estufa e são cruciais também para a organização da cadeia alimentar. “Precisamos de um arsenal de ferramentas baseadas na natureza, é como se a natureza trabalhasse a nosso favor”, afirma Baima, acrescentando que confia que o Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU), que está sendo desenvolvido em colaboração com pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), indicará a mesma direção.
Consciência
As propostas foram alicerçadas nos cinco eixos temáticos da conferência: mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica e governança e educação ambiental. Os participantes expressaram preocupação em garantir recursos humanos e financeiros para assegurar a implementação e a execução das ações. “A população percebe que o setor público possui um déficit de financiamento e de servidores e que é necessário garantir condições econômicas e técnicas para realizar as propostas”, analisa Baima.
Ele destaca a importância da conscientização da população e menciona programas, como a coleta seletiva, que completará 16 anos de operação contínua em Goiânia. Além disso, há o cata-treco e ecopontos distribuídos em locais estratégicos da cidade para receber resíduos e materiais descartáveis. “Não é algo novo. É tão simples jogar lixo na lixeira. No entanto, temos a cidade repleta de lixo, móveis abandonados nas ruas, nas ilhas e em áreas verdes. É imprescindível que a população tome consciência”, apela Baima. “Não adianta aumentar a quantidade de ecopontos se as pessoas jogam lixo em qualquer lugar”, finaliza.
Fonte: Prefeitura de Goiânia