Casos confirmados de raiva dos herbívoros em Carneirinho (MG) mobilizam uma força-tarefa interestadual para prevenir a disseminação da doença. A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com o Instituto Mineiro de Defesa Agropecuária (IMA) e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul (Iagro), alerta os produtores rurais da região acerca da gravidade da situação.
A confirmação dos casos em uma ovelha e uma vaca acende um alerta entre os produtores da área do Rio Paranaíba. Técnicos recomendam vigilância stricita, especialmente nas propriedades próximas ao Rio Aporé e ao Paranaíba, dado que localidades como Olaria da Fumaça estão a apenas 16 quilômetros das fazendas afetadas.
Em uma live realizada pelos órgãos envolvidos, foram discutidos os sintomas da raiva nos animais, como andar cambaleante, salivação excessiva e isolamento do rebanho, além das medidas que devem ser tomadas em caso de suspeita da doença ou avistamento de morcegos hematófagos, que transmitem o vírus. O vídeo completo dessa discussão pode ser acessado no YouTube pelo LINK.
Fábio Leal, fiscal agropecuário da Agrodefesa, destacou que a recomendação é notificar qualquer colônia de morcegos, especialmente em locais como casas abandonadas e cavernas, evitando espantar os animais, o que poderia aumentar a dispersão da colônia e dificultar o controle. As ações de captura e monitoramento dos morcegos fazem parte do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), visando prevenir e reduzir a incidência da zoonose, que representa risco não apenas para os animais, mas também para a saúde humana.
As atividades de captura são realizadas em locais identificados por meio de notificações e fiscalizações. Os morcegos capturados recebem tratamento com uma substância anticoagulante para controlar a população e evitar a transmissão da raiva.
A vacinação dos rebanhos é considerada a principal forma de prevenção, sendo obrigatória em municípios de alto risco. A última etapa da vacinação em Goiás ocorrerá até 15 de junho, abrangendo 119 municípios. Fábio Leal também ressaltou que a notificação de casos suspeitos não acarreta penalizações, mas sim a adoção rápida de medidas sanitárias.
José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, reforçou a importância da atuação integrada entre os estados para enfrentar a raiva dos herbívoros. Ele incentivou a comunicação constante entre os órgãos de defesa agropecuária e os produtores, destacando que a prevenção e a vigilância ativa são essenciais para proteger a produção agropecuária e conter a disseminação da doença.
Produtores que identifiquem sinais clínicos suspeitos ou abrigos de morcegos devem contatar as unidades operacionais da Agrodefesa ou ligar para o 0800 646 1122.