Na última sexta-feira, 12 de setembro de 2025, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) foi palco da segunda reunião ordinária do Comitê Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose. O encontro contou com a participação de diversas instituições, tais como o Fundo para Desenvolvimento da Pecuária em Goiás (Fundepec), o Sistema Faeg/Senar/Ifag e o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite), com o objetivo de discutir estratégias de prevenção e ações para enfrentar esses problemas de saúde animal e pública.
Durante a reunião, o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, destacou a importância de uma abordagem integrada que envolva todos os setores da sociedade rural. Ele ressaltou que tanto a brucelose quanto a tuberculose possuem efeitos significativos na saúde do rebanho, na saúde pública e na economia local. “Esse trabalho requer a colaboração entre o governo, produtores e profissionais da área veterinária para melhorar a adesão à vacinação e fortalecer a competitividade do rebanho goiano”, afirmou.
O diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Rafael Vieira, complementou a fala de Ramos, enfatizando que a continuidade da estratégia é fundamental. “Goiás já avançou consideravelmente, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. A colaboração do Comitê é vital para reforçar a fiscalização, aumentar a conscientização e garantir que as ações estejam alinhadas às normas de sanidade animal, tanto nacionais quanto internacionais”, destacou Vieira.
Como parte da reunião, Denise Toledo, gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, apresentou os dados do levantamento epidemiológico referente à vacinação contra brucelose em bovinos e bubalinos no primeiro semestre de 2025. Até junho, a adesão vacinal alcançou 58,23%, um avanço em comparação aos anos anteriores. Com a expectativa de ultrapassar a marca de 71,80% obtida em 2024, Denise ressaltou que é essencial aumentar a vacinação enquanto se minimizam as subnotificações. “A vacinação é a nossa principal arma de prevenção, mas deve vir acompanhada de programas educacionais e fiscalização rigorosa”, enfatizou.
Os participantes do encontro também abordaram a relevância da implementação do módulo de brucelose no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago). Este sistema possibilita um gerenciamento mais eficiente, com a inserção precisa de dados e emissão digital de comprovantes, além de bloquear propriedades que não cumprirem as normas de vacinação. Essa medida tem o intuito de promover a obrigatoriedade das vacinas de forma efetiva.
Além das análises e discussões, os representantes das entidades parceiras enfatizaram a urgência em aumentar a comunicação sobre os benefícios da vacinação. A troca de informações é considerada vital para que Goiás melhore sua classificação em adesão à vacinação e se posicione de forma mais representativa na pecuária nacional.
O Comitê Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose, criado pela Portaria nº 490/2021, tem o propósito de reunir esforços e fomentar melhorias contínuas nas ações de prevenção a essas doenças em Goiás, realizando reuniões periódicas para este fim.
A brucelose e a tuberculose são doenças infectocontagiosas que afetam bovinos e bubalinos, resultando em perdas significativas na produtividade e saúde dos rebanhos. Com potencial zoonótico, elas se transformam em questões também de saúde pública. A vacinação obrigatória de fêmeas na faixa etária entre 3 a 8 meses é essencial, acompanhada de rigorosas medidas de biosseguridade e fiscalização.
A adesão ampla à vacinação e outras ações de controle sanitário são fundamentais para garantir um rebanho saudável, proteger a população, e solidificar a posição da pecuária goiana no cenário econômico nacional.



Fotos: Janda Nayara