O Cerrado, que já abasteceu rios, cidades e lavouras, está à beira do colapso.
E com ele, Goiás corre o risco de se tornar um dos estados mais impactados pelas mudanças climáticas nas próximas décadas.
Segundo relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pesquisas de instituições brasileiras, como a UNICAMP e a EMBRAPA Cerrados, o aumento da temperatura média no Centro-Oeste pode chegar a 5°C até 2070 se as emissões globais de carbono não forem drasticamente reduzidas.
Esse salto térmico não significa apenas “mais calor” — ele representa a quebra de um sistema inteiro:
Rios e nascentes podem secar.
A agricultura pode sofrer perdas catastróficas.
E em várias regiões, o calor extremo pode tornar o cotidiano humano praticamente insustentável.
O que está em jogo é a habitabilidade real do território: viver, produzir alimentos, ter acesso à água potável. Tudo isso pode ficar ameaçado.
O Cerrado, conhecido como a “caixa d’água do Brasil”, vem sendo destruído a uma velocidade alarmante. A cada hectare perdido, o ciclo da água se enfraquece, aumentando o risco de secas, queimadas e colapsos ecológicos. Estamos vendo o efeito dominó acontecer em tempo real.
Se nada mudar, Goiás poderá enfrentar:
Calor extremo, com risco direto à saúde pública;
Crise hídrica generalizada;
Redução da produtividade rural;
Êxodo de famílias que não conseguirão mais sobreviver em suas terras.
Apesar da gravidade, especialistas são claros: o cenário ainda pode ser revertido. Mas isso exige ação imediata:
Preservação e recuperação do Cerrado;
Redução urgente de emissões de gases do efeito estufa;
Políticas públicas sérias e compromisso social com o meio ambiente.
Não é futuro distante. É agora. O que está em jogo é o direito de viver — e viver bem — em Goiás nas próximas gerações.