O governo federal realizará, nesta sexta-feira (2/5), mais uma operação de desintrusão visando a retirada de invasores das terras indígenas. A ação se concentrará na Terra Indígena Kayapó, situada no estado do Pará, e tem como principal objetivo combater o garimpo ilegal, a atividade que mais pressiona o território.
Coordenada pela Casa Civil e pelo Ministério dos Povos Indígenas, essa operação foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e envolve mais de 20 órgãos federais, incluindo o Ministério da Defesa, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional, a Funai e o Ibama.
O plano operacional da operação prevê monitoramento aéreo e terrestre, fiscalização e destruição de equipamentos utilizados em atividades ilegais, além de medidas preventivas para evitar a reocupação do território por invasores. Também estão previstas ações de comunicação para garantir um diálogo respeitoso com as comunidades locais, visando uma execução pacífica da operação.
A Terra Indígena Kayapó, reconhecida em 1991, abrange mais de três milhões de hectares nos municípios de São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte, Cumaru do Norte e Bannach. Já foram devastados 274 hectares de vegetation nativa devido à mineração ilegal, o que equivale a 253 campos de futebol. Com isso, Kayapó se torna a segunda terra indígena mais afetada por garimpo ilegal no Brasil, apenas atrás do território Sararé, no Mato Grosso.
A região abriga mais de 6.300 indígenas de pelo menos quatro etnias, incluindo os Índios Isolados do Rio Fresco, organizados em 67 aldeias. Contudo, o território enfrenta uma série de outras atividades ilícitas, como grilagem de terras, pecuária irregular e desmatamento para a extração de madeira. O garimpo na região se destaca pela sua estrutura organizada, que utiliza maquinário pesado e está intimamente ligado ao crime organizado, resultando em desmatamento, contaminação dos rios por mercúrio e degradação da fauna e flora locais.
Essa operação de desintrusão será a oitava promovida pela União desde 2023. As anteriores foram realizadas em diversos territórios indígenas, com quatro delas no Pará, além de ações em Maranhão, Rondônia e Roraima. O governo federal planeja continuar com essas operações ao longo de 2025.