Guilherme Paulus: Futuro do turismo se baseia em experiências emocionais e significativas

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Guilherme Paulus: Futuro do turismo se baseia em experiências emocionais e significativas

Durante um café da manhã realizado em Florianópolis, Guilherme Paulus, renomado empreendedor e fundador de grandes empresas do setor turístico, como CVC, WebJet e GJP Hotels & Resorts, refletiu sobre a crescente importância do turismo de experiências. Em vez de se concentrar em estatísticas e tendências, Paulus enfatizou que a verdadeira diferenciação das marcas está na capacidade de proporcionar experiências emocionais genuínas. Suas falas foram guiadas por três princípios: “emoção, memória e significado”.

O empresário utilizou o Castelo Saint Andrews, localizado no Vale do Quilombo e reconhecido como o primeiro hotel Relais & Châteaux de montanha do Brasil, para ilustrar a abordagem artesanal da hospitalidade. Ele argumentou que a verdadeira elegância não é medida pela ostentação, mas sim pela sensibilidade. “O que importa não é exibir riqueza, mas sentir”, afirmou, destacando a importância de uma percepção multissensorial que resulte em memórias duradouras.

Paulus também abordou mudanças na cultura contemporânea, indicando que a ostentação explícita ficou para trás. Atualmente, o foco está na autenticidade e no significado das experiências vividas. Para ele, encantar os hóspedes vai além de agradá-los; trata-se de criar conexões verdadeiras e significativas. O Saint Andrews serve como exemplo desse novo conceito de luxo, que prioriza a curadoria, a escuta ativa e a personalização, oferecendo menus elaborados por chefs de renome e experiências que abrangem desde enoturismo até jantares sob as estrelas.

Durante sua apresentação para um público de agentes de viagens e profissionais do trade turístico de Santa Catarina, Paulus defendeu que o verdadeiro diferencial competitivo das marcas no setor será a habilidade de estabelecer vínculos genuínos. “As pessoas podem esquecer o que você vendeu, mas nunca esquecerão como se sentiram”, recordou ele.

Ele enfatizou ainda a relevância do contato com a natureza no novo turismo de luxo, que agora busca promover uma presença consciente e contemplativa nos viajantes. Ao concluir, Paulus afirmou que o futuro da hospitalidade está nas mãos daqueles que souberem unir sensorialidade, autenticidade e propósito. “O encantamento, atualmente, não é poder. É sobre perceber o mundo ao redor, integrar os sentidos e criar memórias duradouras”, disse.

Destaques da apresentação:

  • Agentes de IA: As soluções de inteligência artificial se tornarão indispensáveis, acompanhando o viajante desde o planejamento até a personalização das experiências.
  • Multidestinos: O turismo regional e internacional vai ganhar força com roteiros que incluem diversas localidades, facilitados pela flexibilidade de voos e hospedagens.
  • Bem-estar como motivação: As viagens focarão na melhoria da qualidade de vida, com práticas que promovam a descompressão emocional e bem-estar geral.
  • Feedbooking: Redes sociais se consolidarão como plataformas de pesquisa, influência e reservas, transformando influenciadores em curadores de experiências.
  • Viagens virtuais: Tecnologias como realidade aumentada e simulações sensoriais transformarão a maneira como os destinos são apresentados, oferecendo uma prévia imersiva das experiências.
  • Turismo fora da rota: O novo viajante busca experiências menos comuns, priorizando pequenas cidades e comunidades autênticas.
  • Roteiros espirituais: A busca por meditação e autoconhecimento passa a compor o cerne das viagens, promovendo reconexão com o natural.
  • Fidelidade emocional: A personalização assume um novo formato, onde a fidelidade se baseia nas experiências emocionais oferecidas, em vez de benefícios tradicionais.

Para Paulus, o verdadeiro valor do turismo reside na capacidade de transformar experiências em significados profundos. “Encantar é mais do que surpreender. É encontrar um sentido que ressoe com o viajante. Isso exige uma combinação de sensibilidade, contexto e autenticidade”, concluiu. Sua visão, fundamentada em anos de experiência no setor, destaca o papel dos agentes de viagem como curadores de emoções significativas, em vez de meros vendedores de pacotes.

Ao finalizar sua apresentação, uma questão provocativa pairou no ar: num mundo cada vez mais digital e comparável, o toque humano será o verdadeiro motor de crescimento para a indústria da hospitalidade premium.

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