A guitarrada foi oficialmente reconhecida como uma manifestação cultural do Brasil, destacando-se como um gênero musical instrumental nascido no Pará durante a década de 1970. Essa expressão artística é fruto da combinação de ritmos tradicionais como o carimbó e o siriá, misturados com influências de estilos caribenhos, incluindo cúmbia, mambo, merengue e zouk.
Além de seu valor histórico, a guitarrada também desempenha um papel significativo na formação de outros ritmos populares no Brasil, como o brega pop e a lambada. O marco inicial do gênero foi o álbum “Lambadas das Quebradas”, do renomado músico paraense Mestre Vieira, que é amplamente reconhecido como um dos principais responsáveis por sua popularização. A guitarra, instrumento central nessa manifestação, conduz a melodia nas apresentações, que geralmente contam com a presença de um solista.
Mestre Vieira começou sua jornada musical na infância, influenciado pelo choro. Nos anos 70, ele teve seu primeiro contato com a guitarra elétrica, depois de experimentar diversos instrumentos de corda como bandolim, banjo, cavaquinho e violão, assim como instrumentos de sopro. Ao longo de sua carreira, gravou 18 discos, consolidando-se como um dos pilares da música paraense e, em especial, da guitarrada.
Em 2023, a Assembleia Legislativa do Pará aprovou uma lei que institui o dia 29 de outubro como o ‘Dia Estadual da Guitarrada’, data que homenageia o aniversário de Mestre Vieira, falecido em fevereiro de 2018, aos 83 anos. Este reconhecimento é um passo importante para valorizar a cultura musical paraense e sua contribuição para a diversidade sonora do Brasil.