Após ato de bravura para libertar animal preso em rede de pesca, remador agora tem sua conduta apurada por órgão ambiental com base em normas de proteção.
A corajosa atitude de um remador que libertou uma baleia-franca-austral de uma rede de pesca em Palhoça, no litoral catarinense, presa a 3 dias , resultou na abertura de uma investigação pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O homem, que protagonizou o resgate no último sábado (12), agora terá sua conduta formalmente apurada pelo órgão.
O caso ganhou grande repercussão após a divulgação de vídeos que mostram o momento exato do salvamento. Nas imagens, o remador se aproxima com sua prancha da baleia, que estava com seu filhote, e, com habilidade, utiliza o remo para desvencilhar a rede de pesca presa ao corpo do animal. A ação foi celebrada por milhares de pessoas nas redes sociais, que elogiaram a bravura e a iniciativa.

Apesar do sucesso do resgate e do apelo popular, a intervenção chamou a atenção das autoridades. O Ibama confirmou que irá analisar o caso com base na legislação que regulamenta a interação com a vida marinha. Uma portaria federal proíbe a aproximação de cetáceos a menos de 100 metros por embarcações ou pessoas não autorizadas, com o objetivo de proteger os animais de perturbações e garantir a segurança humana.
A baleia em questão já era monitorada desde a quinta-feira (10) pelo Projeto ProFRANCA, que acompanha a espécie na região. A equipe técnica havia optado por não intervir diretamente, mantendo o animal sob observação.
A investigação do Ibama se concentrará em averiguar se a ação do remador, embora bem-sucedida e bem-intencionada, violou as normas de proteção ambiental. O desfecho do caso colocará em evidência o conflito entre a ação direta de um indivíduo em prol de um animal e os protocolos oficiais estabelecidos para esse tipo de situação.