Duzentas e quarenta e duas pessoas foram identificadas como responsáveis por incêndios ocorridos no Brasil em 2024, resultando em multas e outras medidas administrativas que totalizam mais de R$ 460 milhões, conforme dados do Ibama. O órgão também informou que outros casos de crimes ambientais semelhantes estão sob análise.
Uma notícia alentadora é a significativa redução dos focos de queimadas nos primeiros meses deste ano: entre janeiro e abril, os focos de calor na Amazônia caíram até 70%, enquanto no Pantanal a redução foi superior a 90%. Em comparação ao ano passado, quando mais de 30 milhões de hectares foram devastados por incêndios — uma área equivalente ao tamanho da Itália — houve um aumento de 79% na área queimada em relação a 2023.
Entretanto, os técnicos do governo federal alertam que a situação é ainda mais complexa, pois a seca extrema que afetou o país nos últimos dois anos, especialmente na região Norte, agravou o quadro.
Embora os incêndios tenham diminuído, isso não significa que crimes ambientais contra a flora e a fauna estejam em queda. Na Amazônia, o desmatamento não apresentou a mesma redução. De acordo com dados do Inpe, abril registrou um aumento de 55% nos alertas de desmatamento em comparação com abril de 2023. No acumulado entre agosto do ano passado e abril deste ano, a queda no desmatamento foi apenas de 5%. Os principais alertas recentes ocorreram nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará.
No Cerrado, o monitoramento em tempo real pelo Instituto também indicou um aumento de 26% nos alertas de desmatamento em abril. Em contraste, no Pantanal, houve uma queda de 77% nos alertas, com nenhum foco de incêndio registrado nesse período.