Em uma iniciativa crucial para avaliar os efeitos das enchentes que assolou o Rio Grande do Sul em 2024, mais de 30 mil residências nos municípios impactados participarão de uma pesquisa inovadora promovida pelo IBGE. Este estudo visa entender as consequências do fenômeno climático, que devastou cerca de 25% do estado, no momento do desastre e um ano após. O levantamento fornecerá dados fundamentais para a formulação de políticas públicas mais eficazes diante das mudanças climáticas.
A coleta de dados, lançada nesta segunda-feira, dia 15, seguirá até 19 de dezembro, sendo realizada exclusivamente por meio do telefone 21 2142 0123. Os participantes, que já constam no Censo Demográfico de 2022, residem nos 133 municípios que sofreram com a catástrofe.
O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, esclareceu que esta pesquisa é um desdobramento da atuação do instituto em uma força-tarefa instituída pela Presidência da República. O projeto inclui a criação de um laboratório de inovação do IBGE, visando contribuir com informações valiosas sobre o impacto das enchentes. “Nossa intenção é coletar dados ao longo dos próximos três meses que ajudem a entender melhor este fenômeno e suas implicações”, afirmou Pochmann.
A secretária da Fazenda do Rio Grande do Sul, Priscila Maria Santana, ressaltou a gravidade da tragédia, que resultou em pelo menos 184 mortes, 21 desaparecidos e cerca de 100 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas. Segundo ela, o estudo vai colaborar para a compreensão dos danos enfrentados durante as enchentes, as condições socioeconômicas dos afetados no momento da catástrofe, e permitirá avaliar o suporte recebido por essas comunidades.
“Pesquisas dessa natureza são essenciais. Embora as perguntas possam parecer simples, as respostas que obteremos da população serão decisivas”, destacou Santana. Ela acrescentou que a análise dos dados será fundamental para entender como lidar com eventos climáticos recorrentes e garantir que as decisões em gestão se baseiem em informações precisas e atualizadas.
Os tópicos abordados no questionário da pesquisa incluem impactos diretos das enchentes nos lares, como inundação e acessibilidade, danos materiais, interrupções nos serviços de água, energia e internet, e prejuízos a veículos. Também serão examinados efeitos em bairros e ruas adjacentes, bem como a situação do transporte público nas áreas afetadas.