Dia Internacional da Juventude reforça protagonismo jovem e pauta de justiça climática rumo à COP30 em Belém
No dia 12 de agosto, o Dia Internacional da Juventude, criado pela Organização das Nações Unidas, destaca o papel dos jovens na conexão entre ambições globais e realidades locais. Em mensagem sobre a data, o secretário-geral António Guterres afirmou que as novas gerações reivindicam um futuro mais justo, verde e equitativo — debate que ganha força às vésperas da COP30, prevista para novembro, em Belém, no Pará, Brasil. O evento mobiliza agendas públicas e internacionais com foco em impacto social, cultura, governo, instituições e clima.
Neste ano, a discussão sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática envolve a cidade-sede e seus territórios, com atenção a justiça climática, inclusão e adaptação. O evento amplia o diálogo entre governo e instituições e coloca na agenda temas que dialogam com cultura, economia criativa, turismo e atrações locais.
Periferias no centro da adaptação climática
Representante oficial da juventude na COP30, Marcele Oliveira enfatiza o protagonismo de jovens de periferias na construção de soluções para eventos climáticos extremos. Carioca de 26 anos, ela foi selecionada pela Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, para atuar na Presidência da Conferência. Marcele defende a cultura como plataforma de conscientização e destaca a capacidade de crianças e adolescentes de “reinventar o mundo”.
“Como uma jovem negra periférica, para mim, o debate sobre a Conferência do Clima que acontece no Brasil é também o debate sobre a importância da pauta de justiça climática ser protagonizada pelas periferias do Brasil e do mundo, onde os efeitos e as consequências das mudanças climáticas chegam mais rápido e de forma mais devastadora. lidar com as enchentes, com as secas, com as ondas de calor já faz parte do nosso dia a dia”.
Vozes indígenas e diálogo com a ciência
A ativista Rayane Xipaia, 23 anos, integrante do Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas, nasceu na região do Médio Xingu, no Pará, estado que sediará a Conferência. Para ela, as negociações internacionais têm ampliado a inclusão dos povos indígenas e valorizado suas cosmovisões em diálogo com o conhecimento científico.
“Esse espaço também serve para ouvir, dialogar e construir a partir da multiplicidade das nossas cosmovisões, ideias que partem da nossa ancestralidade, mas que também dialogam com o saber científico. E acredito que na COP 30 essa juventude pode ser fortalecida considerando as movimentações que têm sido feitas para uma maior participação dos povos indígenas”.
Compromisso ético no enfrentamento da crise climática
Entre as iniciativas articuladas pelo poder público, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em parceria com António Guterres, propôs o balanço ético autogestionado, voltado a estimular reflexão e ações éticas diante da crise climática. A medida busca engajar juventudes e diferentes setores sociais na construção de respostas mais justas e efetivas às mudanças do clima.