A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou, nesta quinta-feira (8), da 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente, realizada em Brasília. Durante sua palestra, ela enfatizou que não há justiça climática sem a inclusão dos povos indígenas e das comunidades periféricas, que são as mais afetadas pelas mudanças climáticas e que vivem em condições de vulnerabilidade.
Marina destacou que os povos indígenas desempenham um papel crucial na proteção da natureza, preservando modos de vida sustentáveis e já carregando um conhecimento profundo acerca do meio ambiente. "Os povos indígenas são os que mais preservam, os que têm um estilo de vida mais adequado e resiliente com a proteção da natureza. As comunidades periféricas precisam ter igualdade de oportunidade, mas é importante reconhecer que também existem soluções baseadas na natureza dentro delas", afirmou.
A demarcação de terras indígenas é considerada vital para a justiça climática, segundo Ceiça Pitaguary, secretária Nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena do Ministério dos Povos Indígenas. Ela alertou que o aumento da temperatura global e a perda da biodiversidade afetam diretamente as opções de adaptação das comunidades indígenas, intensificando as ameaças aos seus modos de vida.
Cristiane Julião, liderança do povo Pankararu, solicitou a necessária consulta e participação dos povos indígenas na transição energética, enfatizando que estes são os guardiões dos ecossistemas do país. Ela destacou a importância de criar condições que garantam a proteção da biodiversidade, promovendo a bioeconomia e assegurando a soberania e segurança alimentar dos povos indígenas.
Gabriela Santos, diretora de Territórios da Perifa Sustentável, abordou a realidade das favelas urbanas, que estão começando a integrar a discussão ambiental em suas lutas. "A questão do meio ambiente nas periferias urbanas, principalmente em São Paulo, é uma nova pauta. Lutar pela sobrevivência agora inclui compreender que a natureza é parte fundamental desse processo", disse.
A 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente termina nesta sexta-feira (9) e, ao seu final, serão escolhidas 100 propostas que servirão de base para políticas públicas relacionadas ao meio ambiente e mudanças climáticas.