A Recuperação da Mata Atlântica: Desafios e Avanços
Dados divulgados pelo MapBiomas indicam que a recuperação da Mata Atlântica ainda enfrenta obstáculos significativos, mesmo após a implementação de legislações como a Lei da Mata Atlântica e o Código Florestal. Atualmente, menos de um terço do bioma nativo permanece, e as áreas de desmatamento continuam a rivalizar com as de reflorestamento, situação que se tornou crítica desde 2015.
Em 2022, a extensão de áreas dedicadas à pecuária na Mata Atlântica igualou-se à soma das áreas ocupadas por florestas, manguezais e restingas. Em quatro décadas, a vegetação nativa nesse bioma sofreu uma redução de 11,5%. Os estados da Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram os mais afetados em termos proporcionais de desmatamento. Por outro lado, São Paulo e Rio de Janeiro mostraram um aumento nas áreas verdes, segundo a pesquisadora Natália Crusco.
“Embora tímido, o aumento observado em mais de 80 mil hectares em cada um desses estados é motivo para comemoração. Esse crescimento é principalmente em áreas de preservação permanente, tanto em faixas de APP hídrica ao redor de rios quanto em regiões montanhosas, onde a mecanização é inviável,” afirma Natália Crusco.
Natália ressalta que a Mata Atlântica continua sendo o bioma com a menor taxa de cobertura nativa do Brasil. Por isso, reforçar as leis de proteção é vital para a preservação desse ecossistema.
“É crucial intensificarmos as ações para evitar qualquer perda de áreas florestais, sejam formadas por vegetação mais recente ou florestas mature. A recuperação da vegetação nativa que, em certos anos, superou a perda, evidenciada pela aplicação efetiva da Lei da Mata Atlântica, testemunha a importância dessas iniciativas,” completa a pesquisadora.
O bioma da Mata Atlântica abrange 17 estados brasileiros, onde metade da área urbanizada do país se encontra. Tais áreas ainda respondem por um terço da produção agrícola nacional.





