A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez um forte apelo para a transformação na relação entre a sociedade e a natureza. As declarações ocorreram na abertura do 8º Congresso Internacional de Educação Ambiental das Comunidades de Língua Portuguesa, realizado em Manaus.
Durante o evento, Marina ressaltou a urgência de proteger o meio ambiente e restaurar os laços com a terra, ações que vêm sendo negligenciadas ao longo do tempo. “Estamos, na verdade, convertendo a natureza em dinheiro a uma velocidade alarmante. No entanto, agora precisamos reverter essa lógica e investir o que acumulamos em instituições e projetos que promovam a proteção e a restauração ambiental”, disse ela, enfatizando a importância de um uso sustentável dos recursos naturais.
A ministrante destacou: “O tempo de acumular riquezas se esgotou. Precisamos encontrar um novo significado, um novo ideal que priorize simplesmente o ‘ser’ ao invés do ‘ter’. O nosso planeta não suporta a insaciabilidade dos 8 bilhões de habitantes que temos atualmente. É fundamental que a educação ambiental contribua para embasar políticas públicas em evidências que provêm das artes, espiritualidade, filosofia e outros saberes”.
O congresso conta com a participação de representantes de dez países, totalizando cerca de 1.600 participantes entre governos, universidades, ONGs e comunidades tradicionais. O tema desta edição é Educação Ambiental e Ação Local: Respostas à Emergência Climática, Justiça Ambiental, Democracia e Bem Viver.
A conferência se estenderá até a próxima sexta-feira, dia 25, e tem como objetivo principal preparar os participantes para a COP 30, que ocorrerá em novembro em Belém.
Este congresso foi iniciado em 2007, na Espanha, e desde então percorreu outros países, como Portugal, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Moçambique.