O cantor jamaicano Jimmy Cliff, ícone do reggae, faleceu nesta segunda-feira (24), aos 81 anos, marcando o fim de uma era para a música mundial.
A informação foi comunicada por sua esposa, Latifa, nas redes sociais do artista, onde ela expressou gratidão aos amigos, colaboradores e à equipe médica que acompanhou Cliff. Latifa destacou que o apoio dos fãs sempre foi um pilar essencial para a carreira do cantor, e que ele apreciava profundamente o carinho de todos.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, prestou homenagem nas redes sociais, reconhecendo o impacto de Cliff, ao lado de Bob Marley e Peter Tosh, na popularização do reggae globalmente. Ela compartilhou memórias de momentos musicais ao lado do artista durante sua estadia na Bahia.
No último final de semana, a cidade de São Luís, conhecida como “Capital Nacional do Reggae”, celebrou o ritmo em um festival que homenageia o gênero. Ademar Danilo, pesquisador e gestor do Museu do Reggae, comentou sobre a forte conexão entre a cidade e a música jamaicana. Ele destacou: “Ontem, São Luís celebrou com o maior festival de reggae da América Latina, o Ilha do Reggae. Hoje, acordamos tristes com a perda de Cliff, um dos artistas mais reverenciados no Maranhão.”
Histórico de Jimmy Cliff
Natural de Saint James, Jamaica, Jimmy Cliff começou sua trajetória musical na adolescência ao se mudar para Kingston. Sua carreira decolou em 1967 com o álbum “Hard Road to Travel”, tornando-se uma das vozes mais reconhecidas do reggae antes mesmo de outros gigantes do gênero. Ao longo de mais de cinco décadas, Cliff colaborou com artistas renomados como The Rolling Stones, Annie Lennox e Paul Simon, gerando sucessos memoráveis como:
- “Wonderful World, Beautiful People”,
- “Reggae Night”,
- “Rebel in Me”,
- “I Can See Clearly Now”.
Em 1972, sua atuação no filme “Balada Sangrenta” ajudou a introduzir a cultura rastafári e o reggae a uma audiência global.
Conexão com o Brasil
A relação de Cliff com o Brasil é rica e diversificada. Ele participou do Festival Internacional da Canção no final dos anos 60 e colaborou com diversos músicos brasileiros, incluindo Cidade Negra, Olodum, Titãs e Gilberto Gil. Durante a década de 1980, fez até uma turnê com Gil. Cliff gravou um álbum ao vivo no Brasil e também lançou um disco com versões em inglês de clássicos brasileiros.
Além disso, viveu no Rio de Janeiro e na Bahia, onde teve uma filha, a cantora e atriz Nabiyah Be, com a brasileira Sônia Gomes da Silva. Ainda não foram divulgadas informações sobre o velório e o sepultamento de Jimmy Cliff.
