Lombok, Indonésia – 24 de junho de 2025
A publicitária brasileira Juliana Marins, 26 anos, morreu após cair de uma altura de 300 metros no Monte Rinjani, na Indonésia, durante uma trilha guiada na madrugada do dia 21 de junho. As circunstâncias revelam falhas gritantes na conduta dos responsáveis pela expedição e na estrutura de resposta local.
Juliana integrava um grupo que subia o vulcão Rinjani (3.726 metros de altitude) para ver o nascer do sol no cume. Por volta das 6h30, ela pediu uma pausa para descansar. O guia do grupo, segundo o próprio relato, esperou três minutos e depois seguiu sem ela.
Sozinha, em meio à neblina densa e piso escorregadio, Juliana caiu de um penhasco com aproximadamente 300 metros de profundidade. A trilha não contava com pontos de segurança, comunicação por rádio ou plano B em caso de separação.
Três horas depois da queda, outro grupo que subia a trilha avistou Juliana viva, caída, com ferimentos, mas consciente. Utilizaram um drone para localizar sua posição exata. Ainda era possível salvá-la.
Mas nenhuma equipe de resgate desceu até ela naquele dia — nem nos dias seguintes. Juliana não recebeu comida, nem água, nem cobertor térmico. Passou quatro dias exposta ao frio, sem abrigo, em choque, isolada, até morrer.
O local era de difícil acesso, mas possível de ser alcançado com técnicas básicas de resgate vertical. Equipes especializadas sequer foram acionadas a tempo.
Não houve socorro imediato.
Não houve assistência médica.
Não houve tentativa real de descida no primeiro ou segundo dia.
Não houve helicóptero de resgate com cordas ou paramédicos.
Não houve comunicação efetiva com a família.
Autoridades indonésias alegaram que o clima atrapalhou as ações, mas ninguém tentou enquanto ela ainda respirava.
Juliana foi encontrada sem vida no dia 24 de junho, por uma equipe terrestre da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia. Seu corpo estava no mesmo local onde foi avistada pela última vez viva. Sozinha, imóvel, após quatro dias de espera.
QUEM ERA JULIANA
Formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juliana era criativa, intensa e apaixonada por viagens solo. Ela praticava pole dance, produzia conteúdo nas redes e viajava pelo Sudeste Asiático desde fevereiro de 2025. Tinha passagens por Tailândia, Filipinas, Vietnã e Indonésia.
No dia 21 de junho, sua vida terminou com brutalidade e descaso.
A morte de Juliana Marins não foi um acidente comum. Foi consequência de negligência, despreparo e omissão por parte de quem deveria protegê-la — desde o guia local até os órgãos responsáveis pelo resgate.
A comoção não deve virar cortina de fumaça. É preciso responsabilização clara, mudança de protocolos e uma revisão urgente da segurança em trilhas guiadas na Indonésia e em outros destinos turísticos com riscos extremos.