Mulheres nas comunidades são protagonistas de mudanças climáticas, afirma bióloga na COP30

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Mulheres nas comunidades são protagonistas de mudanças climáticas, afirma bióloga na COP30

Nesta quarta-feira, 19 de setembro, durante a COP30, ocorreu o “Dia do Gênero”, um momento crucial para discutir como as questões de gênero devem ser integradas nas negociações sobre soluções climáticas. O evento trouxe à tona a importância do papel das mulheres no enfrentamento das crises ambientais e no desenvolvimento de políticas mais inclusivas.

O encontro intitulado “Agenda de Ação: Mulheres, vozes que guiam o futuro” destacou relatos de líderes e especialistas de diversas partes do mundo, enfatizando como as mulheres têm se tornado protagonistas na luta contra os impactos das mudanças climáticas. A Ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, participou do evento e apresentou os avanços do Protocolo Nacional para Mulheres e Meninas em Emergências Climáticas, sublinhando a necessidade de se considerar a igualdade de gênero como uma peça chave para a resiliência ambiental.

A primeira-dama Janja da Silva, definida como enviada especial para o público feminino na COP30, compartilhou um vídeo que retratou “vozes” de mulheres dos diversos biomas brasileiros, fruto de um trabalho desenvolvido nos meses anteriores. Em sua mensagem, ela enfatizou a importância de garantir a participação efetiva de mulheres dos territórios nas mesas de negociação da Conferência do Clima.

“O que a gente viu nos territórios foram mulheres fortes, resilientes, com soluções e propostas para enfrentar a crise climática. Precisamos conectar o que apresentamos no vídeo com as mesas de negociação, que muitas vezes não pisam nos territórios”, afirmou.

Durante o evento, a socióloga Elida Nascimento compartilhou sua experiência ao retornar ao seu território, Itacoã-Miri, no Pará, onde coordena um grupo de 125 mulheres quilombolas. Elas se dedicam à produção de biojoias, à agricultura e às finanças, buscando equilibrar gênero, economia e sustentabilidade. Elida expressou seu desejo de que sua trajetória inspire mais mulheres.

“Após ter dois filhos, consegui acesso à Universidade Federal do Pará, graças a políticas públicas. Estou me formando, mas minhas irmãs ainda enfrentam violência de gênero. Recebi a difícil escolha entre a universidade e meu ex-parceiro, e hoje sou muito grata a ele por me levar a este caminho”, relatou Elida.

A bióloga Luciana Leite também abordou a urgência da ação das mulheres frente à recente crise de incêndios no Pantanal, ligando-a à crise hídrica. Ela destacou a presença de mulheres em papéis críticos, como veterinárias e cientistas, atuando na luta contra o fogo e na proteção do meio ambiente.

“O papel da mulher na construção de um futuro sustentável é coletivo. Cada bioma brasileiro é moldado pela água, e no Pantanal dizemos que as mulheres são como a água: crescem quando estão juntas”, concluiu Luciana.

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