Negociações da COP30 buscam avanços em mutirão dividido em dois blocos temáticos para combater aquecimento global

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Negociações da COP30 buscam avanços em mutirão dividido em dois blocos temáticos para combater aquecimento global

A COP30, a Conferência do Clima que está sendo realizada em Belém, iniciará uma rodada crucial de negociações nesta semana, organizada em um formato de força-tarefa. Os debates, que se estenderão até altas horas da madrugada, visam impulsionar a implementação de políticas eficazes contra o aquecimento global.

Um dos principais focos será um pacote contendo quatro questões chave que geram controvérsia entre os participantes: financiamento público, ampliação das metas climáticas, medidas comerciais unilaterais e transparência nas informações fornecidas pelos países. A discussão em torno dessas pautas já está em andamento, com delegações de diversos países alinhando suas posições.

A diretora-executiva da conferência, Ana Toni, ressaltou a confiança depositada na presidência da COP30 para elaborar um esboço inicial sobre esses temas, enfatizando a relevância do Brasil no cenário das negociações. Segundo ela:

“A aceitação da proposta de seguir com a discussão é um sinal claro de confiança nas iniciativas do Brasil. Após a discussão inicial, foi solicitado à presidência da COP30 que apresentasse um rascunho, algo que só se efetua com grande confiança entre as partes.”

A expectativa é que o Brasil disponibilize esse primeiro rascunho logo nesta terça-feira, dia 18, enquanto o segundo bloco de discussões, que abrange temas mais consensuais, deverá ser concluído até sexta-feira, dia 21, quando a conferência chega ao fim.

Vice-Presidente Destaca Progresso

No dia 17, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, expressou otimismo em relação ao avanço nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) apresentadas pelos países. De acordo com Alckmin, o número de nações que se comprometeram a metas de redução de emissões saltou de 70 para 118, representando 78% dos emissores de gases de efeito estufa.

“Durante minha visita a Baku, o Brasil era o segundo em termos de apresentação de NDCs. Agora, 118 países já têm suas metas registradas. Esse é, sem dúvida, um grande avanço”, destacou.

Além disso, o Brasil está reforçando a sua proposta para um “mapa de transição para o fim dos combustíveis fósseis”. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, declarou que essa proposta pode ser fundamental para revitalizar o multilateralismo, promovendo a colaboração entre nações em torno de soluções climáticas.

“Estamos diante de uma oportunidade singular, a partir da visão apresentada pelo presidente Lula, para desenvolver uma transição planejada e gradual, enfatizando a necessidade de reduzir a dependência de combustíveis fósseis”, afirmou Marina.

A última semana da COP30 em Belém será marcada por intensas negociações de alto nível, reunindo 160 ministros e representantes de governos em busca de soluções concretas para os desafios climáticos globais.

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