Uma nova ferramenta interativa foi lançada para facilitar o acesso a informações sobre despesas relacionadas à mudança climática, biodiversidade e gestão de riscos de desastres. A iniciativa, apresentada em um relatório divulgado no dia 9 de dezembro, é fruto de uma colaboração entre o Ministério do Planejamento (MPO), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além dos Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Fazenda (MF).
Até o momento, não havia um sistema integrado para rastrear esses investimentos, o que complicava o planejamento e a avaliação das políticas públicas nesse âmbito. O levantamento apontou que, entre 2010 e 2023, foram aplicados R$ 782 bilhões em ações voltadas para esses temas.
Dentre os investimentos, a prioridade foi dada à pauta climática, que recebeu mais de R$ 421 bilhões. As demais áreas de foco incluiram a proteção da biodiversidade e o gerenciamento de riscos, evidenciando uma mudança significativa nos direcionamentos de gastos. Anteriormente, a maior parte dos recursos era destinada a mitigar as causas da crise climática; atualmente, o foco se voltou para o enfrentamento dos seus efeitos, como a intensificação de eventos climáticos extremos.
Segundo o MPO, esta nova ferramenta tem o potencial de ser adotada por estados e municípios brasileiros, assim como por outros países da região, estabelecendo o Brasil como uma referência em finanças climáticas a nível internacional.
Uma análise do histórico de investimentos revela que, até 2015, os gastos estavam em um nível elevado. Desde então, houve uma queda considerável, impulsionada por um aperto fiscal, o teto de gastos e a descontinuidade do Programa de Aceleração do Crescimento entre 2020 e 2022, além do redirecionamento de recursos para emendas parlamentares.
