Na última segunda-feira, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) lançaram o Deter Não Floresta (Deter NF), um sistema inovador destinado ao monitoramento em tempo real do bioma amazônico. Esta nova tecnologia visa melhorar a vigilância sobre o desmatamento e degradações florestais em áreas além das florestas tradicionais, ampliando o foco para ecossistemas que representam cerca de 20% da região.
O Deter já atua como um sistema de alerta projetado para reportar rapidamente a ocorrência de desmatamento na Amazônia Legal, e agora, com a implementação do Deter NF, torna-se capaz de detectar também a supressão de vegetação nativa em campos e áreas de cerrado. Segundo André Lima, secretário extraordinário de Controle de Desmatamento do Ministério, essa ampliação no escopo é uma resposta a uma demanda significativa dos órgãos de fiscalização ambiental.
“O Deter NF mantém a mesma funcionalidade do sistema anterior, porém agora abrange áreas de campo e cerrado, além das florestas, que constituem 80% da Amazônia,” explicou.
A tecnologia emprega inteligência artificial e imagens de satélites para identificar alterações em diversas formações não florestais. Essas mudanças incluem desmatamento, mineração, queimadas e outras práticas irregulares que impactam a vegetação.
De acordo com Lima, a principal inovação do Deter NF é a habilidade de monitorar a destruição de vegetação nativa no cerrado e em campos gerais, o que pode orientar ações de fiscalização e o direcionamento de recursos financeiros de forma mais eficaz. “Agora dispomos de um novo indicador que auxilia nas estratégias de combate ao desmatamento, com a meta de alcançar o desmatamento zero até 2030”, afirmou o secretário.
Os alertas diários gerados pelo sistema cobrem atualmente mais de 75% do território nacional, sendo disponibilizados na plataforma TerraBrasilis, que oferece acesso público e gratuito às informações. A iniciativa do governo inclui a intenção de expandir o sistema também para outros biomas, como Mata Atlântica, Caatinga e Pampa, que ainda não possuem monitoramento diário.