A Polícia Federal, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), iniciou uma importante operação para erradicar equipamentos utilizados por garimpeiros ilegais que contaminavam as águas da região do Alto Solimões, no interior do Estado do Amazonas. As ações começaram na semana passada e estão programadas para durar até o fim do mês.
O foco principal da operação é coibir atividades de mineração clandestina próximo ao município de Jutaí, que possui cerca de 25 mil habitantes. Essas práticas não só prejudicam o meio ambiente, mas também impactam diretamente as comunidades tradicionais que habitam a área.
A degradação ambiental resultante das ações dos garimpeiros tem sido severa. O assoreamento dos rios Jutaí e seus afluentes, aliado ao despejo de sedimentos e resíduos poluídos por mercúrio, compromete a qualidade da água e a biodiversidade local. O mercúrio é frequentemente empregado no processo de extração de ouro.
Até o último dia 28, as autoridades conseguiram apreender uma série de equipamentos, incluindo 16 dragas, 4 mil litros de combustível, cinco rebocadores e diversas embarcações, além de frascos de mercúrio e motores de popa. Artefatos de comunicação, como duas redes Starlink, também foram recolhidos como parte da ação.
Além de inutilizar os equipamentos, os agentes da polícia coletaram documentos e arquivos para identificar os responsáveis pelo garimpo ilegal. O ICMBio, durante a operação, também resgatou e libertou animais ameaçados de extinção, como duas tartarugas centenárias e quatro tracajás, todos da mesma família popularmente conhecidos como “tartarugas-de-água-doce”.
A ação recebe suporte do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, o qual une esforços de nove países que compartilham a floresta amazônica, reforçando a importância da colaboração internacional na proteção do meio ambiente.