O estado do Pará deu um passo significativo para a conservação da biodiversidade ao reconhecer oficialmente o peixe-boi da Amazônia e o peixe-boi marinho como patrimônios culturais naturais de natureza imaterial. A nova legislação, formalizada pela Lei 11.171 de 2025, será vital para priorizar a preservação destas espécies icônicas, além de assegurar investimentos públicos mais robustos para ações de proteção. A publicação ocorreu no diário oficial do estado.
A prioridade para os programas de conservação permitirá uma melhor alocação de recursos governamentais, viabilizando parcerias e acordos de cooperação que visem à proteção dos peixes-boi. Hipócritos Shakilds, biólogo da Zoonama, destacou a importância deste reconhecimento, afirmando que “valoriza o trabalho de pesquisadores e instituições dedicadas à conservação, além de fortalecer a colaboração com as comunidades locais”. Segundo ele, isso é essencial para aprimorar as políticas públicas voltadas para esses animais, ressaltando seu papel ecológico vital.
Além disso, o governo do Pará poderá estabelecer convênios com organizações da sociedade civil e universidades, nacionais e internacionais, para o financiamento e execução de iniciativas de proteção voltadas para essas espécies. Essa articulação é vista como uma oportunidade para ampliar o alcance e a eficácia das ações de conservação.
No município de Soro, localizado na Ilha do Marajó, será criado um recinto de aclimatação para peixes-boi, em uma área de 500 metros quadrados. Com capacidade para abrigar até oito indivíduos da espécie, a unidade deve ser inaugurada em novembro. A construção dessa estrutura atende à necessidade identificada pelo Ibama para a otimização dos resgates de peixes-boi na região, um passo importante para garantir a sobrevivência e o bem-estar desses mamíferos aquáticos.